Rivaldo e a falta de planejamento do São Paulo
A contratação de Rivaldo pelo São Paulo foi no susto. Certamente enquanto estourava o champanhe na virada do ano, Juvenal Juvêncio nem sonhava que ele seria o camisa dez renomado desejado pelo clube.
Aconteceu a visita do craque ao vestiário tricolor, começaram os comentários, a torcida gostou, a diretoria se empolgou e negócio vingou. Foi como uma bola de neve.
Rivaldo pode dar certo no Morumbi, e boas oportunidades têm que ser aproveitadas, mas sua chegada mostra que o São Paulo começa 2011 agindo por reflexo, dependendo mais dos impulsos de seu presidente do que de um planejamento. Foi assim por exemplo com a mal resolvida efetivação de Sérgio Baresi como treinador, depois abortada.
O episódio do pré-contrato de Miranda com o Atlético de Madrid foi outra demonstração de como às vezes o clube deixa de se programar em questões básicas. Poderia ter negociado antes com o beque e feito um novo contrato com ele. Na pior das hipóteses, ganharia um dinheiro com a sua saída.
Curiosamente, sobra planejamento em temas mais distantes do time principal, como a reforma do CT de Cotia, custeada com dinheiro da Lei de Incentivo ao Esporte.
Com Rivaldo, Carpegiani ganha um jogador de qualidade para ajudar na armação e no ataque. Mas é um veterano. Será necessário alguém habilidoso e com mais gás para se revezar com ele, principalmente no Brasileirão.
Contudo, antes mesmo de chegar, Rivaldo já desempenhou um papel importante no Morumbi. Ofuscou o pré-lançamento da candidatura de Juvenal, apoiada numa brecha estatutária. Um prato cheio para os críticos do presidente, mas que esfriou graças à negociação com Rivaldo. Mas nem isso parece ter sido planejado. Tem mais jeito de coincidência.
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