Clubes dissidentes consideram Record aventura
Os dirigentes que negociam os direitos de transmissão do Brasileiro fora do Clube dos 13 afirmam oficialmente que estudarão as ofertas da Record. Quando não estão gravando entrevista, porém, o discurso muda.
Alegam que assinar com a Record seria embarcar numa aventura. Não por temerem um calote. Mas por desconfiarem da capacidade técnica da emissora para transmitir com qualidade os jogos. Dizem que correriam o risco de ver o produto futebol maltratado, o que desvalorizaria suas marcas e as de seus patrocinadores.
Para convencer os clubes, a Record assegurou em sua apresentação ao C13 que investiria em equipamentos de primeira linha e na contratação de experientes profissionais.
A justificativa dos cartolas que menos cola é o receio de que a Record compre os jogos e não os transmita. Seria apenas uma estratégia para enfraquecer a grade da Globo. Mas não é simples colocar uma cláusula no contrato que proíba essa prática? "A Record tem dinheiro suficiente para pagar uma multa e deixar de exibir as partidas", respondem os dirigentes que defendem a tese da aventura.
Outro argumento é o fato de a emissora não ter um canal fechado. Haveria, segundo eles, conflito com a Globo, caso ela ganhasse a concorrência para TV a cabo. Consideram ser mais fácil vender um pacote com direitos de TV aberta e fechada para mesma emissora, que harmonizaria as duas grades. Só que a venda separada é uma exigência do Cade.
Se depender dessa turma, a negociação vai seguir o roteiro de sempre: a Record será usada apenas para os cartolas tirarem mais dinheiro da Globo.
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