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Liderança alimenta conflito de vaidades no Palmeiras

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12/04/2011 16h48

Com a primeira posição no Campeonato Paulista, o vice de futebol do Palmeiras, Roberto Frizzo, começa a ganhar a fama de ser responsável pela recuperação da equipe.  Até teve seu nome gritado por membros da Mancha, principal torcida do clube.

Mas a notoriedade conquistada por Frizzo, provável futuro candidato à presidência, incomoda boa parte dos outros aliados do presidente Arnaldo Tirone. Principalmente depois de o vice dizer ao "Jonral da Tarde" que é o homem forte do futebol palmeirense.

A esma ala já criticava Frizzo por supostamente ser centralizador, não demitir funcionários contratados na gestão passada, como o gerente administrativo Sérgio do Prado, e por reduzir menos gastos do que seus colegas de diretoria. Agora eles se queixam de que o vice leva os louros pela recuperação do time no lugar do presidente.

Esse grupo sustenta que o grande arquiteto da reconstrução alviverde é Tirone, pelo simples fato de o presidente ter conseguido verba para pagar os salários em dia. O cartola chegou até a emprestar dinheiro para pagar contas do clube. Seus aliados argumentam que o fator mais importante para o desempenho do time melhorar é o fim dos atrasos.

Os mais radicais agora sugerem que, em retaliação a Frizzo, o departamento de futebol tenha que conseguir sozinho os recursos para cobrir a folha de pagamento.

Tirone tem sido aconselhado ainda a demitir Sérgio do Prado. Seria outra provocação a Frizzo, que estaria ofuscando o principal cartola do clube.

"Ser o homem forte é relativo. Não significa que o presidente não participa do futebol. Acho que ele quis dizer que é forte porque eu dei autonomia para ele. O regime no Palmeiras é presidencialista", disse Tirone ao blog.

"Não tenho apego ao cargo, se quiserem me tirar do futebol não tem problema. Vou continuar como vice-presidente, pois fui eleito", afirmou Frizzo, ao ser perguntado por mim sobre as críticas que sofre.

O conflito é uma demonstração de como a política pode interferir no desempenho do time. Uma realidade enfrentada por todos os clubes.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.