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Palmeiras paga R$ 330 mil de comissão ao renovar com Deola, que não reconhece agentes

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11/06/2011 07h00

No final do ano passado, o Palmeiras se comprometeu a pagar R$ 330 mil de comissão para a Galáxia Soccer Assessoria Desportiva por sua participação na renovação de contrato do goleiro Deola.

O simples fato de o clube gastar tanto dinheiro para renovar com um de seus atletas já seria intrigante. Mas a situação torna-se ainda mais curiosa porque o goleiro não reconhece a empresa como responsável por seus negócios. Ou seja, sua participação na negociação não foi a pedido dele.

A Galáxia tem como sócios dois ex-funcionários do clube. O blog teve acesso ao contrato de comissão anexado ao processo que um deles move na Justiça do Trabalho contra o Palmeiras.

O documento diz que a "Galáxia auxiliou o Palmeiras na renovação dos contratos de trabalho e imagem do atleta Eliton Deola". E garante à empresa o pagamento da comissão dividido em duas parcelas de R$ 165 mil, em novembro e dezembro de 2010.

"Nós representamos o Deola, trabalhamos na renovação e estamos documentados. Não precisamos mostrar mais nada, a diretoria já viu, está tudo preto no branco. E recebemos tudo direitinho. O problema é que existe muita política no Palmeiras", afirmou ao blog Kléber Francisco de Amorim. Ele é o sócio da Galáxia que processa o Palmeiras. Foi demitido em maio de 2009, quando trabalhava no departamento de futebol. Entre outras funções, cuidava do registro de atletas.

Sua atuação como representante de Deola já foi contestada pelo jogador para integrantes da atual diretoria. Se bem que o contrato não afirma que a empresa trabalha para o atleta. Teoricamente, ela pode ter sido acionada pelo clube.

O contrato que garante a comissão foi assinado no dia 16 de novembro do ano passado por Salvador Hugo Palaia. Ele era o presidente interino do Palmeiras. O blog telefonou para o ex-dirigente, mas ele não atendeu e nem retornou a ligação.

No clube, quem conhece o caso defende uma investigação no Conselho de Orientação e Fiscalização para saber os motivos para o Palmeiras pagar a comissão. Confira o contrato.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.