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Antipatia da Globo e rejeição a Andrés travam criação de Liga

Perrone

04/07/2011 10h25

A criação de uma Liga para substituir o Clube dos 13 está na geladeira. Segundo três cartolas ouvidos pelo blog, um dos principais motivos é o fato de a Globo não ver com simpatia a fundação de uma entidade. De acordo com eles, a emissora prefere deixar o controle da situação com a CBF, sua parceira.

Oficialmente, a Globo diz não ter preferência e assegura não se envolver no assunto. Porém, durante a disputa pelos direitos de transmissão do Brasileirão, sua decisão de negociar separadamente com os times alimentou o desejo por uma nova associação.

Agora, com as transmissões asseguradas, os executivos da emissora não demonstram o mesmo interesse. Além disso, Andrés Sanchez, antes favorito para presidir a nova Liga, já não tem o prestígio de outrora junto a alguns de seus colegas.

Principalmente os do Rio de Janeiro. Cartolas cariocas avaliam que o corintiano quis aparecer demais no processo de implosão do C13, dando declarações desastrosas. Acreditam também que ele forçou a barra para virar o novo líder do futebol brasileiro. Para evitar o desgaste de uma eleição, que provocaria novos atritos políticos, parte dos dirigentes prefere deixar tudo como está.

Em reunião do C13 na última sexta, não se tocou no assunto destituição de Fábio Koff. Todo aquele ódio parece ter ido embora com a chegada dos milhões da Globo. Ficou combinado que cada clube pagará suas dívidas com os repasses que a emissora tem a fazer do contrato antigo. Quem tem mais dinheiro para pagar do que para receber ficou de procurar a Globo e o banco credor para trocar o avalista. Koff ficará livre da responsabilidade.

Por causa da quitação dos débitos, é improvável que uma nova entidade seja criada antes de dezembro. O problema é que, sem administrar o contrato com a Globo, o Clube dos 13 não teria como sobreviver a partir de janeiro. Depois de todo o reboliço causado, é difícil imaginar as equipes tirando dinheiro de seus cofres para sustentar a associação. Para CBF e Globo, o cenário mais cômodo é o C13 fechar as portas e não ser substituído. As duas teriam controle total da situação.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.