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Rejeição a Tevez na Fiel é maior do que diretoria pensa

Perrone

15/07/2011 10h01

Ao oferecer cerca de R$ 90 milhões ao Manchester City, a diretoria corintiana dispensou a Carlitos Tevez um tratamento de ídolo incontestável. Andrés Sanchez tem a certeza de ter apoio total da Fiel para repatriar o argentino. Só assim para ele peitar os que não querem o clube envolvido com jogadores ligados a Kia Joorabchian.

Porém, se fizesse uma pesquisa séria, Andrés descobriria que a rejeição a Tevez é maior do que ele imagina. Basta conversar com corintianos. Uma parcela considerável e barulhenta não esquece que o argentino forçou a barra para sair. E saiu pela porta do fundos.

Ainda me lembro de quando recebi um telefonema de um atônito dirigente do Corinthians que me contava sobre a deserção de Carlitos. "O motorista dele nos procurou com um cachorro dizendo que o Tevez se mudou do país. Levou tudo e ficou de buscar o cachorro depois. Não nos avisou antes."

Logo depois desse episódio, era fácil ver no Pacaembu corintianos que deram um jeito de borrar o nome Tevez em suas camisas. Uma pesquisa informal e sem os métodos técnicos recomendáveis feita pelo blog indica que a idolatria por Tevez é maior entre os mais jovens. Nos que já passaram dos 30 anos a rejeição aumenta. Ela parece ser maior entre aqueles que vão a todos os jogos do time no Pacaembu.

Uma fatia dos alvinegros também não gostou desse papo de Carlitos porque o time está bem, e a chegada de um jogador para ganhar mais do que os outros poderia gerar ciúmes. E existe ainda o trauma de contratações frustradas (Luís Fabiano, Forlan, Kaká, Ganso e Seedorf) que bombardearam o clube com piadas de palmeirenses, são-paulinos, santistas, colorados, gremistas, vascaínos…

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.