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Atrito entre Felipão e cartola atinge elenco do Palmeiras

Perrone

21/08/2011 07h00

O Palmeiras vai para o clássico contra o São Paulo ainda sob os efeitos da crise entre Luiz Felipe Scolari e Roberto Frizzo. Além de não diminuir, a tensão entre técnico e vice de futebol fez estragos no elenco. Um grupo pendeu para o lado do treinador, enquanto outra turma ficou mais distante do técnico. Há o risco de um racha.

Marcos Assunção e Marcos são os líderes da ala que defende Felipão. O problema é que no meio da briga, uma bala perdida atingiu Pepe Dioguardi, empresário que tem bom trânsito com alguns jogadores. A patota de Felipão acredita que Frizzo quer dar mais espaço ao agente no clube. E se incomoda com isso. Além de contar com a fidelidade de Kléber, seu cliente, Pepe também tem a amizade de Valdivia. Os dois o apoiam.

Para botar mais lenha na fogueira, membros da comissão técnica não gostaram de Frizzo ir ao gramado no treino de sexta e se aproximar de Felipão no que pareceu uma tentativa de encenar o fim da guerra. O cartola não costuma ir ao campo.

Após o treinamento, outro episódio elevou a temperatura. Felipão tinha uma reunião agendada só com o presidente Arnaldo Tirone para discutir contratações. Cinco minutos após sua chegada, Frizzo bateu à porta da sala do treinador e pediu para entrar. Acabou participando do encontro.

A rapidez com que o vice chegou após o presidente reforçou a certeza de Felipão de que funcionários do CT foram orientados a contar para o gerente Sérgio do Prado sempre que alguém importante chega ao local. Ele, então, repassaria a informação para Frizzo.

Assim, é natural que Felipão se sinta espionado em sua própria casa. Ele não quer mais que o vice lidere as negociações de compra e venda de jogadores, mas teve que aturar sua presneça na sala, enfeitada com um irônico cartaz de boas-vindas para Paulo César Carpegiani.

Membros da comissão técnica também não engoliram a declaração do vice sobre ratazanas tentarem tumultuar o clube. Afirmam longe dos microfones que, se elas existem, são empresários barrados pelo treinador.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.