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Adilson passou a mão na cabeça de atletas e caiu contra Inter, diz Juvenal

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19/10/2011 15h08

Entrevista com Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo. Ele faz a primeira pergunta.

Juvenal Juvêncio – Ainda não li suas matérias hoje, qual a maldade que você está fazendo comigo dessa vez?

Blog do Perrone – Nenhuma.

Juvenal – Você faz parte da imprensa corintiana. Vive fazendo maldades comigo. Agora disse que eu era corintiano, amigo do Wadih Helu (ex-presidente do Corinthians). Vocês ficaram bravos porque falei a história do mobral para o Andrés e me atacaram. A imprensa corintiana é assim, o Andrés faz piquenique comigo e ninguém fala nada. Eu dou uma e vocês dizem: "ele ofendeu os homens do povo". Não vou ficar entrando em bola dividida com o Andrés como vocês querem. Só em bola grande.

Blog – Se eu fosse da imprensa corintiana (se é que ela existe) o Andrés não se recusaria a me dar entrevistas. Mas vou fazer uma pergunta mesmo que o senhor diga que se trata de corintianismo. O São Paulo perdeu aquele estilo diferenciado de não trocar treinadores rapidamente. O que está acontecendo?

Juvenal –   Gestor tem que ter convicção de que o técnico tem que sair. Essa convicção eu tive  no jogo contra o Internacional. Ele cometeu alguns erros lá e somei com a análise de todo o trabalho. Fiz a lista dos fatos positivos e negativos e tive a convicção. Digo que para demitir o técnico você precisa ter o momento certo. Ele fez o momento.

Blog – Como assim?

Juvenal – Ele dizia pra imprensa: 'Vocês vão ver em Goiânia como o time vai mudar. Critiquem depois do jogo com o Atlético-Go. Como técnico tem convicção de
que vai vencer? Ele disse que ganharia e não ganhou, era o momento de demitir. Eu tinha a convicção, depois chegou o momento, mas faltava o terceiro fator necessário para a troca de um técnico: o substituto.

Blog – Mas ele foi demitido assim mesmo.

Juvenal – Faltava e ainda falta o substituto. Mas dessa vez teve que ser assim, fora das regras habituais.  O que é pior?  Ficar sem tecnico ou ficar do barranco, vendo a vaca ir  pro brejo? Pelo que leio nos jornais e pelas mensagens que recebo, as pessoas entendem que tomei a decisão certa.

Blog – Quais foram os erros do Adilson?

Juvenal – Não quero deixar exposto o treinador, que é uma excelente pessoa. Mas o mal dele foi querer ficar bem com o grupo. Queria agradar aos jogadores, às vezes passava a mão na cabeça deles, e eu dizia: "você tem que agradar à instituição, não ao grupo". Tem jogador que precisa ser punido fortemente em vez de ter benesses. Ele errou em algumas substituições. E não é só ele, está em alguma cartilha que o técnico tem que esperar os 30 minutos do segundo tempo para tirar quem está mal? Às vezes tem que tirar já no primeiro tempo. Não pode ficar preocupado com essa história de queimar o jogador. Não pode é queimar a instituição deixando quem está mal em campo.

Blog – O que acha de o Palmeiras tentar o Dagoberto?

Juvenal – Acho que foi uma homenagem ao Dagoberto. Tive uma boa conversa com ele. Não sei se o Dagoberto vai ficar, mas estamos conversando. Falei para ele não ficar bravo comigo e ele está pensando na situação.

Blog – Escolheu o novo técnico? Felipão?

Juvenal – Está difícil.  Não tem nenhum papa, aquele que agrade a todos. O Felipão está no Palmeiras, cada dia a situação dele parece que muda… Mas ele está lá.

Blog – Milton Cruz fica até dezembro?

Juvenal – Se estiver ganhando pode ser.

Blog – Itaquerão deve ser anunciado na quinta como estádio da abertura da Copa. Ainda alimenta esperanças de o Morumbi entrar no Mundial?

Juvenal – Estou fora dessa discussão, não estou machucado. Conseguimos as melhorias de infraestrutura para o Morumbi, isso é o que conta. Até o fim do ano podemos acertar o patrocínio para fazer a cobertura. Agora, sempre que forem contar a história da Copa de 2014 vão ter que falar do Morumbi. Explicar isso, aquilo. É uma história que vai ser contada mais tarde, depois de 2014.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.