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Para São Paulo, currículo curto é problema de Dunga, e religiosidade atrapalha Silas

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20/10/2011 12h24

Dois dos técnicos sondados pelo São Paulo, Dunga e Silas não conseguem preencher as exigências da diretoria para o futuro ocupante do cargo.

Depois das decepções com Sérgio Baresi e Ricardo Gomes, a cúpula são-paulina está certa de que a torcida não aceitaria um treinador pouco rodado e sem títulos no currículo.

Revirando o mercado, os cartolas também desenvolveram uma fobia por comandantes muito religiosos. Ouviram que técnicos dedicados à religião costumam criar ambiente propício à formação de uma panela de rezadores no elenco.

No caso de Dunga, o problema maior é o currículo breve, apesar de ilustrado por duas copas conquistadas: América e das Confederações. A diretoria crê que a torcida teria pouca paciência com ele.

 Porém, os dirigentes também querem saber mais sobre a relação de Dunga com o grupo de evangélicos da seleção. Ele dava total respaldo à turma liderada por Jorginho, seu auxiliar. Na África do Sul, eles tinham uma sala para cultos e podiam receber um pastor na concentração, enquanto parentes e amigos dos atletas não eram desejados por perto.

Silas também não tem uma coleção de taças. Ostenta um título catarinense e um gaúcho, mas poderia contar com mais paciência da torcida por causa de seu passado como jogador no Morumbi. Mas Silas é muito religioso, chamado até de fanático entre os são-paulinos. Assim, seu nome não empolga.

Entretanto, os cartolas não descartam categoricamente ninguém enquanto sonham com Felipão. Scolari está longe de ser considerado um fanático religioso, tem carteira de trabalho surrada e bagagem lotada de troféus, ainda que empoeirados pelo tempo.

Seu pecado poderia ser a ligação umbilical com o Palmeiras, mas a diretoria acredita que a torcida não seria radical a ponto de rejeitá-lo por causa do sotaque italiano.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.