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Ao custo de pelo menos R$ 63,3 mil por minuto, Adriano tem rescisão discutida no Corinthians

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13/11/2011 06h00

Se entrar neste domingo contra o Atlético-PR, Adriano terá a chance de começar a calar seus críticos no Parque São Jorge. A insatisfação com o Imperador é tanta que a oposição calculou o gasto do clube por minuto com o atleta em campo. Por isso, uma ala quer a sua saída já em dezembro. Na diretoria, também há gente favorável à rescisão contratual.

Interlocutores do presidente Andrés Sanchez, afirmam que em momentos de raiva o cartola disse que Adriano não vestiria mais a camisa do Corinthians (Andrés não atende ao blog). No Parque São Jorge o volume sobe quando o assunto é o suposto desleixo do atleta em sua recuperação.

Para provar que Adriano é um péssimo negócio, conselheiros da oposição desandaram a fazer contas. Trabalham com a informação de que ele ganha R$ 500 mil mensais, valor negado pela cúpula alvinegra. Com meio milhão por mês,  já teria recebido R$ 3,5 milhões (sem contar o salário de novembro que ainda não venceu).  Como ele atuou 42 minutos em duas partidas, o Corinthians teria desembolsado R$ 83,3 mil a cada 60 segundos do Imperador em campo.

Pelos números da diretoria, o taxímetro corre mais lento, sem mudar o fato de que o prejuízo é de milhões. Os cartolas dizem que Adriano só ganharia R$ 500 mil se participasse da maioria das partidas. Pela versão da diretoria, o atacante recebeu até agora R$ 380 mil mensais ou R$ 2,6 milhões desde abril. Nesse caso, o custo por minuto jogador foi de R$ 63,3 mil.

De carona com o prejuízo vieram situações constrangedoras não só para Andrés e sua tropa. Tite também foi afetado. Diretores e conselheiros criticam o técnico por ter colocado Adriano em duas partidas e depois afastá-lo por estar fora de forma. Não entendem qual o motivo para colocá-lo no banco de reservas, se estava visivelmente sem condição de jogo. Tite enfrenta a crítica de supostamente ter relacionado Adriano apenas para queimá-lo diante da torcida. Ainda que para isso o time tivesse que jogar com dez.

Moral da história: além de se afundar, Adriano levou mais gente com ele. Precisa aproveitar o curto tempo que lhe restou para tentar evitar que o próprio Imperador, diretoria e Tite naufraguem juntos.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.