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Acordo entre Santos e ex-presidente prevê "multa" de R$ 11 milhões e gera protestos

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17/01/2012 15h59

Depois de assinar um acordo para parcelar a dívida com a família do ex-presidente Marcelo Teixeira, a diretoria do Santos tentará nesta noite que o Conselho Deliberativo referende o pacto. Um pequeno grupo de conselheiros protesta por considerar o trato lesivo ao clube. Essa ala preferia seguir com a briga na Justiça e usar o dinheiro para pagar os salários de um novo jogador.

Em dezembro, o Santos aceitou pagar R$ 30 milhões em 72 parcelas ao ex-presidente, que afirmou ter dado um desconto de R$ 11 milhões na dívida corrigida. Pelas contas do ex-cartola, com correção, o débito era de R$ 41 milhões, segundo números apresentados pela diretoria aos conselheiros.

O problema é que o acordo prevê o fim do desconto de R$ 11 milhões, se o Santos deixar de pagar duas prestações. Assim, o clube teria que arcar com os R$ 41 milhões, além de  ser punido com uma multa de 10%.

Os descontentes alegam também que os dados apresentados pelo Conselho Gestor santista deixa dúvidas de que a correção foi feita de maneira correta. Acreditam que havia margem para contestação na Justiça. Reclamam também de a diretoria ter dito em outras oportunidades que venceria a ação. Estranham a opção pelo trato.

Outra queixa é a de que a decisão foi tomada sem um parecer do Conselho Fiscal, o que pode gerar uma ação na Justiça, caso algum conselheiro alegue que o estatuto foi ferido.

Inicialmente, a família de Teixeira receberá R$ 400 mil por mês. Os críticos gostariam de ver esse dinheiro usado para pagar o salário de um novo atleta. O meia Zé Roberto é um dos citados. A diretoria, por sua vez, está satisfeita por evitar o risco de ver a Vila Belmiro ir à leilão.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.