Fila para final da Copinha teve ameaça de agressão à torcedora, cambista-sorveteiro e durou mais de cinco horas

Para assistir à final da Copa São Paulo, entre Corinthians e Fluminense nesta manhã, torcedores enfrentaram até ameaças de agressão por parte de cambistas. O blog ouviu relatos de cenas que aconteceram nesta terça num Pacaembu com fiscais impotentes ou desinteressados e pouco policiamento.

No auge da ousadia, um grupo de cambistas ameaçou agredir uma torcedora que se recusara a comprar ingressos para os revendedores. Vários ofereceram R$ 10 para quem estivesse na fila e comprasse tíquetes para eles. Cada torcedor podia adquirir cinco entradas.

Até um sorveteiro-cambista apareceu. Atravessou a fila como se estivesse trabalhando, chegou a dar um picolé de graça para um torcedor por não ter troco para R$ 5, mas foi descoberto quando estava perto da bilheteria, recebendo dinheiro de um parceiro para fazer a compra. Descoberto pelos torcedores, afastou-se ao ouvir o coro de "vai morrer".

E sempre que havia uma revolta com um cambista ou com alguém furando a fila, logo se ouvia o grito de "vai Corinthians", que inflamava a torcida e camuflava o alvo. A estratégia costumava funcionar.

Lá pelas tantas, um dos cambistas se aproximou da bilheteria, chamou um dos organizadores pelo nome e disse que precisava de mais um ingresso. "Agora não dá mais", ouviu como resposta. Todo esse circo, desnecessário na era das lojas virtuais, irritou e também distraiu quem encarou 5 horas e 30 minutos de sofrimento para conseguir seu ingresso.