Corinthians teme que provas contra Adriano mostrem conivência com atacante
A diretoria corintiana está segura de que ganhará na Justiça caso Adriano entre com uma ação para contestar a sua demissão por justa causa. A confiança vem da quantidade de documentos que os corintianos afirmam ter que comprovam justificam a radical decisão.
Mas há um efeito colateral. Existe o temor de que ao tornar públicos documentos como o número de faltas a tratamentos e atrasos a diretoria mostre que foi conivente ou boazinha demais com o Imperador. A oposição já critica e diz que há anos a diretoria fecha os olhos para jogadores que exageram na balada, principalmente na bebida, e que agora resolveu ser rigorosa apenas com o atacante.
Se a briga for parar na Justiça, documentos como um relatório com dezenas de faltas de Adriano a sessões de fisioterapia, que os cartolas dizem ter, se tornará público. Tostará o filme do Imperador. Mas fará o torcedor perguntar por qual motivo o clube demorou tanto para demiti-lo por justa causa.
O questionamento maior ficará para o ex-presidente Andrés Sanchez, já que a maioria dos atos de indisciplina teria ocorrido durante sua administração. Seu sucessor, Mário Gobbi, teve pouca paciência com Adriano.
A oposição questiona essa tolerância exagerada. Afirma que há tempos os cartolas alvinegros enxergam como natural o hábito baladeiro e etílico de alguns jogadores. Aponta que o mal começou no famoso episódio de Presidente Prudente, em que Ronaldo deu trabalho numa boate. O caso acabou com a saída do então diretor Antônio Carlos Zago.
Oposicionistas reclamam também da fama de Andrés de sair à noite com alguns jogadores, o que o cartola nega. "Levar o Adriano para o Corinthians foi como levar para o bar uma pessoa que está em tratamento para largar a bebida. Sempre deixaram todos beber, mas resolveram barrar só o Adriano do bar. Ele é vítima, tem grandes chances de ganhar uma ação na Justiça e ainda ganhou motivação pra fazer gols no Corinthians quando estiver no Flamengo. A diretoria deveria pedir desculpas e reintegrá-lo para evitar o pior", disse ao blog Romeu Tuma Júnior, conselheiro oposicionista.
Por sua vez, a diretoria nega que tenha errado na condução do caso.
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