Relação entre clubes e organizadas tem de distribuição de ingressos à dívida esquecida
O aumento da violência entre as torcidas organizadas do ano passado para cá foi insuficiente para Corinthians, Palmeiras e Santos cortarem regalias dadas a elas. Só agora, por recomendação da polícia, como mostra reportagem assinada por Carlos Padeiro no UOL Esporte, algumas práticas devem mudar.
No Corinthians, o mais comum dos benefícios é justamente a entrega de ingressos para as organizadas venderem em suas sedes aos associados, costume agora condenado pela polícia, como revela o colega Padeiro.
As uniformizadas recebem os ingressos e só precisam pagar depois de vender os bilhetes para seus membros.
Em concorridas partidas do time como visitante, só as uniformizadas têm os bilhetes. É comum ver cambistas vendendo bilhetes reservados para elas, fato que ocorre também com palmeirenses e santistas.
Apesar de o Corinthians negar dar ajuda financeira às uniformizadas, há uma antiga discussão entre oposição e situação por causa de uma dívida de R$ 65 mil da Gaviões com o clube. O débito foi feito enquanto o presidente era Alberto Dualib, que diz nunca ter recebido o dinheiro.
Após Andrés Sanchez assumir a presidência, a dívida, referente à venda de ingressos, desapareceu da contabilidade corintiana. Porém, nenhum documento de quitação foi apresentado.
Os corintianos também foram mais de uma vez a delegacias ajudar torcedores em apuros após ou até mesmo antes de jogos do time. Foi assim quando um deles agrediu os jogadores depois da queda para a Série B, dentro do ônibus da equipe, em Porto Alegre.
Já o Santos colabora cedendo ingressos de graça para as organizadas. O clube continuou presenteando Torcida Jovem e Sangue Jovem, mesmo depois de seus componentes saírem no braço no Pacaembu, no ano passado.
Pouco depois de assumir a presidência santista, Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro disse aos torcedores que daria as entradas desde que eles se comprometessem a não brigar com os adversários. O dirigente afirma que o caso no Pacaembu foi um desentendimento isolado, provocado por "cabeça quente", por isso não suspendeu a ajuda.
No Palmeiras, em 2011, Roberto Frizzo, vice de futebol, pediu para o departamento financeiro do clube estudar um fórmula para ajudar as organizadas com a distribuição gratuita de ingressos.
O dirigente pretendia que elas economizassem dinheiro para bancar as despesas das caravanas nos jogos fora de casa. A diretoria diz que a proposta foi engavetada. Na ocasião, a Mancha Alviverde já hostilizava cartolas e jogadores.
Acabar com a ligação umbilical não deve ser simples nos três casos. As organizadas já têm representantes nos Conselhos Deliberativos dos clubes. Além da tradicional pressão nas arquibancadas, podem fazer barulho internamente.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.