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Conselheiros do Santos protestam contra excesso de paulistanos em filme do centenário

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24/04/2012 10h56

Conselheiros santistas, a maioria da ala contrária a jogos em São Paulo, protestam contra o filme sobre o centenário do clube. Reclamam de que há excesso de personagens paulistanos e de que gente nascida em Santos foi esquecida.

O caso deve parar no Conselho Deliberativo, como um protesto formal. Entre os santistas ignorados ou com espaço mínimo na obra, estão o ex-treinador Lula, conquistador de títulos na era Pelé, e o ex-presidente Athiê Jorge Coury, que comandou o alvinegro por duas décadas, em seus anos mais dourados, segurou o Atleta do Século e companhia na Vila Belmiro, além ter sido goleiro do time.

Também foi sentida a ausência de depoimentos de jornalistas e personalidades que nasceram ou moram na Baixada Santista.

A escolha do rapper Mano Brown e do torcedor Cosmo Damião, fundador da Torcida Jovem, ambos moradores da capital paulista, como "narradores" da história, também gerou queixas.

Os mais radicais enxergam motivações políticas no filme a fim de exaltar a atual diretoria, apagar da história cidadãos santistas e mostrar que o caminho é "paulistanizar" o clube.

 "O presidente do Santos só viu o filme pronto. Ele nunca falou põe fulaninho ou tira o depoimento de não sei quem. Nós sempre deixamos claro para os clubes com os quais trabalhamos que não existe ingerência das diretorias", afirmou ao blog Ricardo Aidar. Ele é o produtor de "Santos, 100 anos de Futebol Arte."

Aidar também argumenta ser impossível incluir todos os personagens da história do clube num filme que conta 100 anos em 93 minutos.

 "Nunca ficamos medindo o tempo de entrevistas de gente de Santos e da capital. Não funciona assim. Algumas entrevistas rendem mais que as outras. Mano Brown e Cosmo foram escolhidos porque os depoimentos deles se encaixaram bem com a história. Se a gente fosse pensar em equilibrar entrevistas de santistas e paulistanos, seria impossível amarrar o filme, que é apolítico", afirmou Aidar.

O produtor também lembra que antigos funcionários do Santos aparecem na obra.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.