Topo

Perrone

F-Indy veta venda de produtos de bicampeão da F-1

Perrone

29/04/2012 06h00

Uma das surpresas de quem compareceu aos treinos da Fórmula Indy no sambódromo, no sábado, foi descobrir que há pelo menos um quiosque com venda de produtos da concorrente F-1.

Lá chamam atenção camisetas, bonés e capas de celulares com as grifes Ayrton Sena e Ferrari. Havia também produtos da Red Bull, como gorros do bicampeão Sebastian Vettel.

Porém, eles logo saíram de circulação. Constrangida, uma vendedora informava que a organização da prova proibiu a venda da linha Red Bull/Vettel. Isso porque o energético que dá nome à equipe do alemão é concorrente do TNT, do mesmo grupo que a Itaipava, principal patrocinadora da prova de São Paulo ao lado da Nestlé.

Mas essa não é a única "reserva de mercado" da etapa paulista. Uma bem mais marcante é percebida na entrada do Anhembi. Quem leva comida de casa é obrigado a deixá-la no chão, ao lado dos fiscais. Nenhum alimento pode entrar no sambódromo.

Medida polêmica e que deu confusão no Pan do Rio. Na ocasião, o promotor Rodrigo Terra entendeu que os organizadores não poderiam vetar a entrada de alimentos. A menos que a organização oferecesse produtos com preços iguais aos praticados do lado de fora. Na Indy um espetinho custa R$ 6.

Num evento como a Indy, no qual a prefeitura despeja milhões, Gilberto Kassab deveria prestar atenção nessa controversa proibição. Bem ou mal, trata-se de uma parceria entre entidades pública e privada. Não combina com atitudes tão radicais como restringir as opções de alimentação de quem paga caro pelo ingresso. Preservar a liberdade de escolha do torcedor poderia ser a contrapartida exigida dos organizadores para compensar o dinheiro público injetado.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.