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Odebrecht doou dinheiro para Carnaval da Gaviões com Lula, e quantia gera polêmica

Perrone

05/04/2012 06h00

O Carnaval da Gaviões da Fiel, com enredo em homenagem ao ex-presidente Lula, teve ajuda financeira da Odebrecht, construtora do futuro estádio corintiano. A assessoria de imprensa da empresa confirmou ao blog a doação, mas não revelou o valor.

Em sua resposta ao blog, a assessoria fala em homenagem à torcida e no costume de apoiar organizações comunitárias.

"A Odebrecht Infraestrutura apoiou o desfile da escola de samba numa forma de homenagear os torcedores do Corinthians, clube para o qual a empresa constrói o futuro estádio. O apoio a organizações comunitárias e projetos de cunho social ou cultural, relacionados às suas obras, faz parte da política de responsabilidade empresarial da Odebrecht", informa a nota enviada ao blog.

Além de reforçar a aliança entre Odebrecht, Lula, que sugeriu à construtora o projeto, e Andrés Sanchez, ex-presidente corintiano, a ajuda gera polêmica na Gaviões.

Integrantes da torcida e escola de samba pressionam a diretoria para esclarecer o valor da doação. Alegam que Andrés havia prometido que a parceira doaria R$ 2 milhões. E falam que foram recebidos cerca de R$ 1,7 milhão. Querem conversar com o cartola e representantes da empresa para saber, de fato, quanto foi doado.

A Odebrecht afirma que cabe a Gaviões revelar ou não o valor. E Andrés não fala com o blog.

O Conselho da Gaviões interrompeu as discussões internas sobre o assunto, desde que a torcida passou a ser alvo de investigações da polícia e do Ministério Público, após a briga que matou dois membros da Mancha Alviverde. As energias estão voltadas agora para a defesa da torcida.

Alguns dos torcedores suspeitam que nem todo o dinheiro doado foi usado no Carnaval. As finanças da Gaviões interessam também à polícia e ao MP. As autoridades querem saber a origem dos recursos e sufocar a torcida cortando fontes de renda ilegais, se elas existirem.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.