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São Paulo dispensa 143 da base, sobe 14 e gasta R$ 19 mi, bem mais do que santistas

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29/04/2012 10h00

Investir mais nas categorias de base não significa necessariamente sucesso maior do que um rival menos gastador. Prova disso está na comparação entre os balanços de São Paulo e Santos, adversários nas semifinais do Paulista.

O São Paulo de Lucas, que começou a carreira no Corinthians, gastou em 2011 R$ 19,3 milhões com a formação de atletas, de acordo com seu relatório financeiro. A despesa é superior aos R$ 12,8 milhões gastos com formação pelo Santos, mais badalado revelador de jogadores do país.

Já o Corinthians, que tinha o goleiro Júlio César como única cria de seu famoso terrão no time titular, relata um investimento de R$ 9,7 milhões com jogadores em formação. E o Palmeiras também anotou despesa menor que a dos são-paulinos: R$ 6,6 milhões com atletas formados e em formação.

O balanço do São Paulo mostra ainda que o ano passado foi agitado nas categorias de base em busca de sucesso. Ao mesmo tempo em que a diretoria se dizia insatisfeita com o número de atletas aproveitados na equipe principal, uma dispensa em massa acontecia no "berçário" de Cotia. Foram dispensados 143 jogadores. Em 2010 a degola tinha atingido 97 garotos.

Os são-paulinos registram como despesa de R$ 11,5 milhões a baixa desses atletas. Mais da metade do gasto total com a formação de novos talentos.

No ano passado, apenas 14 jogadores foram considerados formados pelo São Paulo, que até dezembro contava 356 atletas nas categorias de base.

Em 2012, os tricolores repetem que planejam logo ter um time formado basicamente por pratas da casa. Os detalhes revelados pelo balanço, porém, dão uma ideia de como será difícil alcançar a meta.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.