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Wesley ajuda Palmeiras a pagar contas, após compra fiada e venda antecipada

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14/04/2012 12h47

Wesley mal jogou pelo Palmeiras e sofreu uma grave contusão. Além disso, o pagamento da primeira parcela ao Werder Bremem virou alvo de disputa entre clube e agentes do MOP, a empresa que fez a vaquinha para tentar a compra. Mesmo assim, cartolas alviverdes falam em negócio da China.

E não é pra menos. Os palmeirenses compraram fiado, venderam parte do jogador antes de começar a pagar a compra e arrumaram dinheiro para quitar em dia suas contas.

Como o Werder aceitou receber a prazo, em três parcelas, e o clube conseguiu uma carta de crédito sem botar a mão no bolso, o dinheiro dado por um investidor para a compra foi usado para honrar compromissos.

 O clube pena para não atrasar salários dos atletas. Por isso, correu para vender parte dos direitos de Wesley a um investidor, que ficará também com porcentagens de outros jogadores. A verba (mais de 1 milhão de euros e menos do que 2 milhões) foi usada para pagamentos. Nada foi destinado ao acerto com os alemães. E aí começa a confusão com o MOP.

Os palmeirenses admitem que, incialmente, o clube seria responsável pelo pagamento da primeira parcela. O MOP, então, enviou ao Werder uma carta de crédito, assegurando as segunda e terceira prestações.

Pela versão da diretoria, o Palmeiras informou aos parceiros que não teria como arrumar uma fiança bancária para a primeira parcela. Em seguida, o MOP apresentou também a carta de crédito para a entrada. Nesse momento, o time alemão colocou em seu site que Wesley estava liberado.

Assim, as três cartas de crédito, segundo os palmeirenses, foram obtidas pelo MOP, com a ajuda de um dos parentes dos donos. O alviverde ficou de pagar à empresa duas parcelas em 2013 e uma em 2014.

Já o MOP nega que tenha a responsabilidade de fazer o primeiro pagamento ao Werder ou ao banco. Isso não muda a situação do volante, já que o time alemão, na pior das hipóteses, receberá da instituição bancária.

Pela versão dos dirigentes palmeirenses, o pessoal do MOP vai ter que se entender com o banco, se não efetuar o primeiro pagamento. Além disso a empresa terá que arcar com pagamento de juros. Para o Palmeiras, essa despesa fica por conta da exposição que o MOP teve com a operação. Como se fosse um gasto com publicidade.

O episódio já gera turbulência no clube. A aliados o presidente Arnaldo Tirone diz que não é o responsável e que está insatisfeito. Assim, responsabilidade cai no colo do principais dirigentes do futebol, Roberto Frizzo e César Sampaio. A oposição define o caso como uma caixa-preta.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.