Topo

Perrone

Com finais no Morumbi, FPF esquece promessa, aproveita seu camarote e fortalece São Paulo

Perrone

02/05/2012 13h29

Ao marcar as finais do Paulista para o Morumbi, a FPF descumpriu a promessa que havia feito de respeitar a vontade dos clubes sobre onde jogar a partir das oitavas-de-final do Estadual.

Marco Polo Del Nero fez essa afirmação ao blog, no dia 29 de fevereiro, antes de participar de assembleia geral da CBF.

Na ocasião, o blog havia apurado a existência de um lobby para fazer semifinais e finais no estádio são-paulino, o que Del Nero negou. A ideia, segundo dirigentes paulistas, era convencer os principais clubes do Estado de que o melhor seria usar a casa tricolor.

Naquele momento, os presidentes da FPF e do São Paulo, Juvenal Juvêncio, acabavam de selar a reconciliação entre as duas partes, após um longo período de desavenças.

Agora, cartolas dos finalistas Santos e Guarani dizem que queriam jogar em seus estádios. Del Nero afirma que não foram obrigados, mas convencidos de que o Cícero Pompeu de Toledo é a melhor escolha.

Com a final no Morumbi, Marco Polo reforça o novo status de Juvenal, agora um dos cartolas com mais trânsito na cúpula do futebol brasileiro. O são-paulino também é unha e carne com José Maria Marin, presidente da CBF.

Além de fazer o Morumbi voltar a ser palco de grandes jogos que não envolvem o São Paulo, reforçando o caixa tricolor com a cobrança de aluguel, a federação prestigia seu próprio camarote no estádio.

O espaço vip havia sido tomado da entidade no auge do conflito e agora está de novo nas mãos da FPF. A tribuna é útil para receber autoridades e dirigentes de outros estados, ainda mais bem-vindos em época de campanha eleitoral (Del Nero é candidato a vice da CBF) e de fortalecimento de Marin no poder.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.