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Governadores culpam briga com Fifa por atrasos, e ministro sofre pressão por paz

Perrone

02/05/2012 06h00

Governadores de diferentes Estados reclamam de que a briga do Governo Federal com Jerôme Valcke provocou atrasos em projetos para a Copa do Mundo de 2014.

Por causa do descredenciamento de Jerôme como interlocutor do governo, assinado por Aldo Rebelo, representantes de comitês estaduais e municipais alegam que ficaram impedidos de discutir ações não previstas na matriz de responsabilidades da Copa.

Por isso queriam a paz definitiva entre Valcke e o ministro do Esporte, que não se falam desde o francês sugerir um chute no traseiro brasileiro.

Vários políticos, principalmente deputados e governadores, aconselharam Aldo a se reencontrar com o suíço. Seria uma forma também de o ministro evitar ser responsabilizado por futuros atrasos.

Fonte ligada à Fifa afirma que até a presidente Dilma Rousseff estava contrariada com a demora de Aldo em retomar o diálogo com Valcke, após o suíço se desculpar formalmente.

Oficialmente, o estafe da presidente afirma que Aldo tem autonomia para tocar a questão como achar melhor. Já o Ministério do Esporte não fala em pressão sobre o ministro, mas admite que o rompimento estava atrasando planos de governadores e prefeitos para o Mundial.

Um dos prejudicados foi o governo da Bahia, interessado em abrigar o sorteio da primeira fase. Ficou sem contato com Valcke para vender seu peixe e pedir instruções. O governador baiano Jaques Wagner, segundo gente com trânsito na Fifa, foi um dos que aconselharam Aldo a publicamente reatar com o francês. Ele chegou a viajar para a suíça e a visitar a Fifa.

A maioria dos governadores e prefeitos envolvidos no Mundial não se sente à vontade para retomar o diálogo com Valcke até o ministro dar o primeiro aperto de mãos. Nesse cenário de pressão, Aldo anunciou seu encontro com a Fifa, na Suíça, no próximo dia 8. Valcke estará presente. Um representante da Casa Civil também.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.