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Vitória da seleção fortalece Marin, carrasco de Mano

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26/05/2012 12h25

O passeio da seleção brasileira sobre a Dinamarca foi uma resposta de Mano Menezes a seu impiedoso patrão. Mas isso não significa que José Maria Marin, veterano político profissional, vá abrir um sorriso amarelo.

Pelo contrário. O presidente da CBF está numa situação tão confortável que pode usar o resultado nos bastidores como propaganda de sua gestão. Afinal, o que impede o cartola de alegar que deu certo sua política de fiscalizar a convocação do time nacional e de pressionar o treinador publicamente?

Além disso, Mano terá que ouvir que a Dinamarca foi um rival frágil demais, com uma ingenuidade infantil na defesa, nem sombra da Dinamáquina dos anos 80.

Seria injusto atribuir o triunfo à incompetência dinamarquesa ou aos métodos de tortura psicológica praticados por Marin. No mínimo, Mano teve o mérito de fazer os jogadores entenderem o momento delicado e se aplicarem num amistoso como em jogo de campeonato. Ao menos no primeiro tempo.

Mas o treinador ainda não pode repetir o célebre "vocês vão ter que me engolir", imortalizado por Zagallo. Antes de chegar à Olimpíada ele tem que  sobreviver à sequência de amistosos. Se fracassar, não duvido que perca o emprego antes de desembarcar em Londres. E sem constrangimentos por parte de seu chefe. Ou seja, ele sempre estará do lado mais fraco da corda.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.