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Conselho de fiscalização do Palmeiras investiga pagamentos de R$ 6,4 milhões em comissões

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01/06/2012 16h34

Entre as operações que o COF (Conselho de Orientação e Fiscalização) do Palmeiras decidiu investigar está o pagamento de R$ 6,4 milhões em comissões a empresas de agentes e de parentes de jogadores feitas entre 2011 e 2012.

 Os valores são considerados altos pelos conselheiros e há a suspeita de que atletas recebam comissões embutidas em seus salários. Depois o dinheiro seria repassado aos empresários. A diretoria nega tal prática.

Num dos casos, o Palmeiras se comprometeu a pagar R$ 700 mil a duas empresa pela "assinatura de contrato" de Maikon Leite, de acordo ocm documentos obtidos pelo blog. Foram R$ 250 mil à empresa BRZ  e mais R$ 450 mil para a JRP Marketing Esportivo.

 Com o atacante Barcos foram gastos R$ 412.000 de intermediação pagos à empresa identificada como Celo Souza Carvalho. São R$ 12 mil a mais do que a comissão paga na negociação com Luan.

O maior gasto ocorreu na transação envolvendo Daniel Carvalho, que veio numa troca com Pierre. Conforme o blog publicou na quinta, houve comissão e compra de 20% dos direitos do jogador junto a empresa do pai dele no valor de R$ 2.150.000.

No caso de Henrique, aparecem pagamentos para duas firmas em operações registradas como "intermediação". São R$ 443.250 para a Link Asssesoria Esportiva, e R$ 434.500 para a NM Sports.

Já a Luck Sports ficou R$ 610.500 pela venda de Gabriel Silva.

Arnaldo Tirone, presidente do Palmeiras, nega irregularidades. "É absolutamente normal pagar comissões. Se você não paga, não contrata ninguém. Tentei contratar o Diego Tardelli e Tinha comissão, o Dagoberto também tinha. Todo jogador trabalha com um empresário. Se você não pagar, não contrata. E nós pagamos valores de mercado. Na operação do Barcos, por exemplo, pagamos só 4%. Fui do COF por 15 anos e ele está no seu papel de fiscalizar. Mas tenho certeza de que não há irregularidades", disse o dirigente ao blog.

Porém, quando estava na oposição, o grupo de Tirone criticava as comissões pagas pela diretoria anterior, alegando que não se deve dar dinheiro a empresário na compra de jogadores. Só na venda.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.