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Com Obina, árabes asseguram Palmeiras como vitrine de três atletas "médios" e geram críticas

Perrone

18/07/2012 06h00

 A negociação com investidores de Dubai que bancaram o empréstimo de Obina para o Palmeiras reforça a disposição do clube em fazer negócios casados com empresários.

Os donos do dinheiro trazem um reforço desejado e considerado caro em troca de abrir espaço para outros atletas menos badalados. Funcionará assim com o grupo de Dubai.

O fundo  investiu US$ 600 mil na operação e agora vai conversar com César Sampaio, cartola remunerado alviverde, para definir pelo menos mais três contratações de porte médio. Serão jogadores que virão com a maior parte dos direitos vinculados ao grupo árabe. Assim, os investidores usarão o Palmeiras como vitrine para seus atletas.

A diretoria acredita ser um grande negócio. Os cartolas avaliam que Obina veio como pagamento de luvas para celebrar a nova parceria. E que os outros jogadores tornarão o time mais forte. Mas garantem que terão de passar pelo crivo de Felipão.

Porém, gente influente no Palestra Itália reclama. Acredita que o clube está sujeito e engolir na marra jogadores de qualidade duvidosa trazidos por empresários. E correndo o risco de investidores acabarem não pagando as contratações.

Enxergam também uma grande chance Felipão sair por aí bufando. O treinador já torceu o nariz mais de uma vez para jogadores ligados a empresas e investidores.

A parceria com os árabes também gerou no clube a desconfiança de que parte dos direitos do volante João Denoni  tinha sido repassada a um dos investidores.

Por sua vez, a diretoria nega. Alega que o empresário Giuliano Bertolucci comprou uma fatia de 50% do jogador de outro investidor. E que a operação nada tem a ver com o clube ou com a chegada de Obina.

Volta de Obina é fruto de parceria com árabes

Recentemente, outro atleta desembarcou no Palestra Itália trazido por investidores que ajudaram a diretoria a realizar um sonho. Clayton, meio-campista de 20 anos do Novo Hamburgo-RS, chegou para aproveitar a vitrine alviverde a pedido do mesmo investidor que apoiou o Palmeiras na contratação de Wesley.

Clayton logo de cara precisou cuidar de um problema de saúde e não tem espaço assegurado no time principal.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.