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Seleção testa estratégia que transforma time em simpático, mas vulnerável

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26/07/2012 07h02

A seleção brasileira estreia nesta quinta em Londres com a missão de provar que a CBF não errou ao expor o time de Mano Menezes a torcedores, empresários, cartolas e dirigentes em busca de uma imagem mais simpática.

A facilidade de acesso à equipe nacional fez a concentração da seleção no Rio ser chamada de mercado de peixes por empresários experientes no trato com as estrelas do time canarinho. Eles afirmam que ficaram surpresos com a liberdade para manter contato com seus clientes no hotel.

Alinhavar contratos, levar presentes ou simplesmente bater papo com os craques era fácil demais, segundo os agentes. Torcedores, maria-chuteira, o técnico André Villas-Boas e até colegas de profissão, como o holandês Seedorf, desfilaram pela concentração brasileira.

A CBF admite que correu riscos ao baixar a guarda. Mas justifica ser uma tentativa de mudar a cara do time nacional. Quis acabar com a fama de antipática, que marcou a equipe sob o comando de Dunga.

A confederação não nega que a exposição desgasta o time (como na Copa de 2006) e sustenta que deu um refresco para os jogadores colocando a delegação num hotel fechado e afastado em Londres. No Rio, 70% dos hóspedes não eram da seleção. Mas mesmo assim, nos primeiros dias na Inglaterra, clubes europeus avançaram nos jogadores de Mano.

Para a CBF, no entanto, nos dias agitados  no Rio, havia rígidos limites. Quatro seguranças no andar reservado aos jogadores. Outro tanto no piso em que ficou a comissão técnica. Tudo para evitar visitas aos quartos. Até o pai de Neymar foi barrado ao tentar entrar nessa área privada. Mas há empresário jurando que furou o cerco. Impossível, rebate o estafe da seleção. Sobrou para os jogadores a missão de atropelar a polêmica em campo.

Colaborou Carlos Padeiro, do UOL, em Londres

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.