Abílio Diniz vira alvo de campanha negativa no São Paulo
As críticas feitas por Abílio Diniz a Ney Franco via twitter após as duas primeiras partidas do treinador no São Paulo ainda não foram bem digeridas no Morumbi. Aumentaram a insatisfação de uma parte da diretoria com o consultor do Conselho Consultivo do clube.
O empresário passou de pedra à vidraça. Seus críticos afirmam que ele não ajuda o São Paulo, tenta influenciar as decisões dos treinadores da equipe e expõe dirigentes com suas cornetadas.
Sob a condição de anonimato, um colaborador de Juvenal Juvêncio disse ao blog que o empresário disparou contra Ney Franco porque só quer no Morumbi técnicos que escutem seus palpites. Afirmou também que Diniz gostava de alardear ser o responsável pela indicação de Leão, com quem tinha trânsito livre. Mas não assumiu a responsabilidade pela contratação do treinador quando as coisas começaram a dar errado.
Também incomoda a amizade de Diniz com Milton Cruz. O auxiliar-técnico se aproximou do empresário ainda na administração de Marcelo Portugal Gouvêa, a pedido do cartola, que era o presidente do clube.
Nos intervalos das partidas, Diniz costuma disparar mensagens de SMS para Cruz com sugestões de alterações no time. Tal prática rendeu uma piada entre os dirigentes. Um dos cartolas diz que agora, com o lançamento do Fantasy Game do São Paulo, o empresário poderá brincar de técnico sem atrapalhar o time.
A proximidade com Milton Cruz também é apontada pelos detratores de Diniz como o fator que levou o empresário a sugerir no twitter que Ney Franco ouvisse mais o auxiliar. Assim, manteria sua influência sobre a comissão técnica. Dias depois da cornetada, o são-paulino famoso se reuniu com o treinador e registrou o encontro na internet.
Outra queixa ouvida pelo blog é a de que Diniz não ajuda o clube por meio das empresas do Grupo Pão de Açucar. Poderia, por exemplo, apoiar alguns dos projetos são-paulinos aproveitando a Lei de Incentivo ao Esporte.
No entanto, o blog apurou que, em conversas informais, o empresário costuma dizer ser impossível patrocinar um clube por causa da rejeição das outras torcidas. E patrocinar todos seria inviável.
Também sob a condição de não revelar a fonte, o blog ouviu que o empresário teria se recusado a abrir as portas de sua casa para uma reunião com a Lenovo. A empresa estaria interessada em esticar o contrato pontual de patrocínio feito com o tricolor. A assessoria de imprensa de Diniz, porém, nega ter existido o pedido de intermediação da negociação.
A insatisfação com o milionário já existe há algum tempo no Morumbi. A primeira crise ocorreu em fevereiro, após ele dar entrevista à revista GQ. Nela, demonstrou ter influência no clube e revelou bastidores do Morumbi, como detalhes da contratação de Leão.
Por conta de suas declarações à revista, Diniz foi surpreendido com uma carta assinada por um assessor de Juvenal Juvêncio. O documento dizia que ele não tem legitimidade para falar em nome do São Paulo. E que o clube não costuma expor assuntos internos.
De acordo com a assessoria de imprensa de Abílio Diniz, o empresário se desculpou pessoalmente com conselheiros e diretores sobre a repercussão provocada pela entrevista.
Depois das críticas a Ney Franco, os desafetos do empresário no São Paulo aumentaram a pressão para que Juvenal dê menos espaço para ele no Morumbi. Dizem ao presidente que Diniz jogou lenha na fogueira justamente quando a diretoria mais precisava de apoio para enfrentar a crise com a torcida.
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