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Carta de Marin para seleção soa como garantia de emprego para Mano Menzes

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11/08/2012 06h00

O site da CBF tem um espaço para a "Palavra do Presidente". Nele, na útltima terça, Jósé Maria Marin rasgou elogios à seleção brasileira. O tom do pronunciamento destoa das alfinetadas que o cartola já deu em Mano Menezes.

Trata-se de um documento para Mano imprimir e guardar. Se o time nacional cair na final olímpica contra o México e a cúpula da CBF decidir demiti-lo, ele poderá usar o pronunciamento do presidente ao menos para gerar constrangimento ao cartola.

Aliados de Marin asseguram que apesar da rasgação de seda, Mano será colocado no olho da rua se garantir só a prata na partida de hoje.

Marin diz que o futebol do time de Mano está à altura do prestígio da seleção brasileira

Se de fato o treinador perder o emprego, será curioso ver Marin se explicar após dizer que a seleção e seu técnico estão de parabéns. Ou que "o Brasil, para nossa felicidade, com uma campanha excelente, deixou o público gratificado em ter presenciado atuações à altura da fama e do prestígio do futebol pentacampeão do mundo."

Mas, para quem enfiou uma medalha da Copa São Paulo no bolso e não ficou corado ao justificar que ela foi dada de presente, explicar uma mudança radical de opinião não seria tão embaraçoso.

Leia baixo, na íntegra o texto escrito por Marin no site da CBF. É uma espécie de carta aberta à seleção:

A Seleção Brasileira está de parabéns!

Grande parte da missão está cumprida. A Seleção Brasileira conquistou com muita justiça o direito de disputar neste sábado em Wembley a medalha de ouro das Olimpíadas de Londres.

Não é pouca coisa. Entrar em campo no legendário estádio para o momento maior do torneio olímpico de futebol foi o objetivo de todos, mas só duas equipes conseguiram.

O Brasil, para nossa felicidade, com uma campanha excelente, que deixou o público gratificado em ter presenciado atuações à altura da fama e do prestígio do futebol pentacampeão do mundo.

Quero ressaltar que para mim não se constituiu novidade o que vi em campo nos cinco jogos das Olimpíadas. Para minha enorme satisfação, foi a comprovação do que tinha observado atentamente e de muito perto na convivência com o grupo nos recentes amistosos nos Estados Unidos.

Naqueles dias, disse – e, agora, repito – que estava feliz por ter visto nesse grupo de jogadores a volta do orgulho em vestir a camisa da Seleção Brasileira. Isso agora é uma realidade, e está claro para todos nós e principalmente para o torcedor brasileiro.

Neste sábado, como aconteceu nos jogos anteriores, eu estarei em Wembley. Não só como presidente da CBF, mas acima de tudo como todo brasileiro apaixonado por futebol e pela sua seleção: confiante, porque sabedor que hoje temos uma seleção muito bem preparada, unida e que vai lutar ao máximo em campo para nos dar essa medalha inédita.

Por tudo isso, por tudo que foi feito até aqui, meus cumprimentos aos nossos talentosos jogadores, ao técnico Mano Menezes e a sua comissão técnica. Sem esquecer, ainda, do diretor de Seleções Andrés Sanchez e do chefe Delfim Peixoto.

Eles também merecem os parabéns.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.