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Dinheiro público e saída de Teixeira não bastaram para salvar futebol feminino

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03/08/2012 14h52

 Eliminada diante no primeiro mata-mata do futebol feminino olímpico, a seleção brasileira era ao mesmo tempo cartão postal da nova direção da CBF e do Ministério do Esporte.

Dez jogadoras do time que fracassou diante do Japão são beneficiárias do bolsa-atleta. Entre elas a goleira Andréia e Maurine, que recebem ajuda de custo mínima de R$ 3.1000 mensais do Governo Federal.

Além do apoio governamental, as meninas passaram a ter um pouco mais de atenção da CBF com a saída de Ricardo Teixeira, que praticamente ignorava a equipe. Com José Maria Marin, ao menos o estafe do time nacional ganhou mais integrantes. E um canal aberto com a direção da confederação.

O sucesso do futebol feminino olímpico ajudaria Marin a mostrar que a CBF está sob nova direção. Mas não deu. A derrocada de Marta e suas colegas mostra que a pincelada de verniz foi insuficiente para dar um brilho dourado ou ao menos um bronzeado para o futebol feminino.

CBF, COB e Ministério do Esporte precisam primeiro organizar um campeonato nacional de verdade e constante. Não é fácil. Para a engrenagem funcionar o torcedor tem que sair de casa para ver as mulheres em ação. E isso só vai acontecer se o espetáculo for atraente e existir identificação entre plateia e time.

Ao menos um projeto de desenvolvimento foi entregue ao Governo, como disse René Simões, comentarista e diplomado no assunto, ao final da transmissão da Record na melancólica despedida brasileira.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.