Medalha do futebol é a única do Brasil sem dinheiro público
Das 17 medalhas obtidas pelo Brasil em Londres, só a prateada do futebol foi conquistada por uma modalidade ou atletas que não contam com apoio direto de dinheiro público.
O judô, responsável por quatro medalhas, é patrocinado pela Infraero. E o quarteto medalhado é beneficiário do Bolsa Atleta, programa do Ministério do Esporte. Assim como os três medalhistas do boxe, patrocinado pela Petrobras.
Já a Confederação Brasileira de Vôlei, que comemora outras quatro medalhas, é apoiada pelo Banco do Brasil. Os Correios são parceiros da natação, dona de uma prata e um bronze. A Caixa Econômica Federal patrocina a ginástica, esporte do medalhista de ouro Arthur Zanetti, também atleta bolsista.
Na vela, Bruno Prada, bronze, ganha ajuda de custo do Bolsa Atleta. No Pentatlo Moderno, Yane Marques, terceira colocada em Londres, é apoiada pelo programa governamental.
O resultado reforça a tendência de o Estado bancar o esporte brasileiro. O apoio financeiro vai aumentar nos próximos anos. É necessário que os órgãos de controle do governo também incrementem a fiscalização do uso de dinheiro público pelas confederações.
Evitar desvios e desperdícios é fundamental para a evolução do Brasil no quadro de medalhas. Por ora, o crescimento técnico não acompanha o aumento de investimento público.
Levantamento do UOL Esporte mostra que a preparação dos atletas para os Jogos de Londres consumiu R$ 2,1 bilhão contra pouco mais de R$ 1bilhão para a Olimpíada de Pequim. Ou seja, a injeção de dinheiro público dobrou, mas só duas medalhas a mais foram conquistas em Londres: 17 contra 15 em 2008.
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