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Multa rescisória de Ganso no Santos despenca em fevereiro

Perrone

22/08/2012 06h00

Se o Santos mantiver a decisão de liberar Ganso apenas pela multa rescisória, o meia ficará cerca de R$ 4,8 milhões mais barato a partir de fevereiro. Esse cálculo leva em conta só a parte do time do litoral (45%). A DIS aceita negociar sua fatia por um valor inferior ao da cláusula penal.

De acordo com Lei Pelé, a multa sofre descontos anuais. No segundo mês de 2013, após o terceiro ano de contrato, a redução será de 40% em relação à quantia inicial.

Hoje, a parte santista na cláusula penal vale R$ 23,8 milhões. No começo do ano que vem ela cai para aproximadamente de R$ 19 milhões.

Outro efeito que será sentido pelo Santos se Ganso ficar, será conviver com o desejo do meia de receber um aumento. No Morumbi, ele tem uma oferta para ganhar por volta R$ 300 mil mensais, o dobro do que embolsa hoje.

Nesse cenário, a previsão é de mais desgaste no relacionamento entre clube e atleta. Recentemente, Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro disse em reunião do Conselho Deliberativo que Ganso não queria mais vestir a camisa do time.

O jogador não gostou da declaração do presidente. Quem convive com o meia diz que ele se sente sempre desvalorizado pela diretoria. Mas quando aparece um clube interessado, o Santos declara não desejar se desfazer dele.

O São Paulo sentiu essa contradição na pele ao ver o Santos recusar R$ 10,7 milhões por sua parte nos direitos de Ganso.

A imediata recusa por parte do presidente santista pode ser interpretada de três formas: desejo de ficar com Ganso apesar dos problemas, estratégia de negociação ou preocupação com os efeitos políticos que a venda para um rival pode provocar.

Do lado são-paulino, se o negócio não der certo, Juvenal Juvêncio perderá a chance de reforçar a equipe, de responder a torcedores e conselheiros que o criticam e de quebrar novo recorde. Depois de fechar a venda mais cara de um brasileiro para o exterior (Lucas), comprar os 100% de Ganso por mais de R$ 20 milhões representaria a maior negociação entre times do Brasil.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.