Superlotado por causa da Libertadores, memorial corintiano exibe falhas de conservação
Quem visita o Memorial do Corinthians atualmente vê sinais de má conservação por quase todos os cantos. No último sábado, por exemplo, eram pelo menos cinco computadores fora de serviço e um barco largado em frente a painéis computadorizados em homenagem a ex-jogadores.
O cenário caótico se instalou no museu justamente no momento em que ele é mais visitado pelos corintianos. A presença de torcedores no local aumentou aproximadamente 15 vezes desde que lá desembarcou a Taça Libertadores, segundo dados do próprio clube.
Um cabide consertado com fita adesiva para sustentar uma camisa de goleiro antiga e sem identificação é outro sinal das falhas de manutenção.
Perto dela um troféu com uma placa em branco aguça a curiosidade do torcedor, que sai de lá sem saber de qual conquista se trata. Não há texto que explique em qual competição o clube assegurou a taça.
Interessante jogo que permite aos usuários disputarem partidas entre times históricos do clube também não estava funcionando numa das máquinas, aparentemente por problemas no computador. E um dos botões saía na mão de quem tentava jogar.
"O movimento aumentou demais, e algumas coisas acabam escapando. Existem erros, e eu assumo todos sem problema. Os computadores, por exemplo, já pedi para arrumarem. Isso vai ser resolvido logo", disse ao blog Flávio Ferrari Júnior, diretor cultural do Corinthians.
Sobre o barco aparentemente abandonado no salão, o dirigente explicou se tratar de uma embarcação antiga da equipe de remo do alvinegro. "Eles pediram um espaço no Memorial. Vamos providenciar um local adequado para o barco, mas com a loucura que estamos vivendo ainda não deu. Essa visitação toda é importante para atrair as pessoas para o clube, mas gerou algumas dificuldades", explicou. Perto da relíquia dos remadores, parecem terem sido esquecidos por algum funcionário três aparelhos de controle remoto, em outro sinal de descuido.
A obsessão pela taça continental é tanta que muitos corintianos provavelmente nem prestem atenção nos defeitos. No sábado passado, a fila para ver o troféu reunia cerca de 80 pessoas no início da tarde. Cada uma gastava cerca de 30 minutos para chegar perto da "orelhuda", um dos apelidos que o caneco ganhou.
Quebrada ao ser levada para o ex-presidente Lula, a taça tem tratamento especial no museu, com direito a isolamento, proteção de vidro e um funcionário só pra controlar o acesso dos torcedores, que ganham alguns segundos para tirar fotografia ao lado do antigo objeto de desejo.
Segundo o site oficial do Corinthians, desde 17 de julho, 28.846 torcedores visitaram o Memorial, que fica no Parque São Jorge.
"Precisei adiar as férias de um funcionário, colocar mais um trabalhando lá e, mesmo assim, não é possível dar toda a atenção merecida. Não dá pra colocar gente para orientar o torcedor a não tocar nos objetos sem proteção, por exemplo", completou Ferrari.
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