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Conselho de Fiscalização do Palmeiras investiga gasto de 2,4 milhões de euros com agente e empresa na compra de Henrique

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06/09/2012 06h00

A contratação de Henrique pelo Palmeiras virou alvo de investigação do COF (Conselho de Orientação e Fiscalização) do alviverde. O órgão estranha o fato de duas empresas embolsarem juntas 2,4 milhões de euros do clube. Ao mesmo tempo, não há registro de pagamento ao Barcelona, com quem o atleta tinha vínculo.

O negócio gerou polêmica antes mesmo de ser fechado. Os conselheiros palmeirenses trabalhavam com a informação de que Henrique seria liberado de graça pelo Barcelona em troca de uma dívida que o time espanhol teria com ele. Por isso, não entenderam quando souberam que a contratação custou 2,4 milhões de euros.

Documentos foram pedidos à diretora numa tentativa de esclarecer o caso e de saber quem recebeu pela negociação. Os papéis mostram que um empresário ficou com cerca de 1,4 milhão de euros a título de intermediação comercial por meio de sua firma. E outra empresa fez jus a aproximadamente de 1 milhão de euros.

 O COF quer saber qual a explicação para os gastos, já que aparentemente o Barcelona não cobrou nada. Procurado pelo blog, Alberto Strufaldi Neto, presidente do Conselho de Orientação e Fiscalização, confirmou que o órgão examina o caso. Mas não revelou os valores.

Pela apuração inicial dos cofistas, a nota de 1 milhão de euros seria um comprovante de pagamento ao jogador, que teria ficado com a quantia por repassar seus direitos ao Palmeiras. Normalmente, atletas usam seus próprios nomes ou iniciais nas empresas. Não é o que acontece nesse caso.

"Primeiro vamos fazer uma reunião informal do COF para discutir o caso. Eventualmente, chamaremos a diretoria para explicar a situação", afirmou Strufaldi.

Piraci de Oliveira, diretor jurídico do Palmeiras, afirmou que não poderia dar detalhes sobre o caso, pois não estava com os documentos da contratação em mãos.

Mas o dirigente defendeu a diretoria da suspeita de pagar altas comissões a empresários para trazer Henrique e encarecer a contratação. "Uma coisa é você pagar para dois empresários e ainda para o Barcelona. Não foi isso o que aconteceu. O que interessa é que por 2,4 milhões de euros asseguramos um jogador do nível do Henrique por cinco anos. Foi um negócio muito bom", justificou Piraci.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.