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Seleção brasileira vira atração de segunda linha e justifica críticas de ministro

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11/10/2012 06h00

 Depois do mico na cidade argentina de Resistencia, a seleção brasileira (14ª do ranking Fifa) se apresenta para outro público desacostumado com a elite do futebol Mundial. A partida contra o Iraque, 80º na lista da Fifa, em Malmo, na Suécia, diante de menos de 30 mil torcedores, reforça a recente vocação do Brasil para protagonizar espetáculos de segunda linha. E dá razão a críticos de peso da preparação para a Copa do Mundo, como o ministro do Esporte, Aldo Rebelo.

Na próxima terça, mais um jogo seguirá o script. O duelo será com Japão (23º colocado no ranking da federação internacional) na polonesa Wroclaw, que também não tem time de primeira classe na Europa, mas ao menos conta com um estádio moderno e que recebeu jogos da última Euro.

Recentemente, em entrevista à Veja, Rebelo falou em "vulgarização" da seleção e criticou os amistosos escolhidos por critérios apenas comerciais.

Vexame no jogo do apagão na Argentina

E se não fosse por uma questão comercial, o Brasil não faria um bate-volta entre Polônia e Suécia para jogos que pouco devem ajudar Mano Menezes a montar o time para Copa. Independentemente dos resultados, o ministro ganha força para pressionar a CBF, entidade privada e que nunca deu bola para o pensamento do Governo.

Mas os tempos mudaram. Ricardo Teixeira chegou num estágio em que fazia doce até para falar com Lula. José Maria Marin, seu substituto, não consegue chegar perto de Dilma Rousseff. O cartola vai se afastar ainda mais do Planalto se o ministro aumentar o tom das críticas. Rebelo tem um bom motivo para pressionar por uma equipe melhor. Ele sabe que vencer a Copa no Brasil em ano de eleição presidencial é fundamental para o Governo.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.