Encontrado morto, magnata russo se relacionou com cúpula do futebol brasileiro
Noite de sexta-feira agitada no luxuoso hotel Unique, em São Paulo, em 2006. Jornalistas tentam confirmar se a Interpol está lá para prender o magnata Boris Berezovski a pedido do governo russo.
Como se fosse porta-voz do suposto comandante da parceria MSI-Corinthians, o deputado petista Vicente Cândido diz que Boris já deixou o local. E explica que o russo havia entrado legalmente no país e que estava interessado em investir no Brasil. Entre outros negócios, queria comprar a Varig. O deputado apoiava o interesse.
Hoje, Cândido é vice-presidente da Federação Paulista de Futebol, sócio do poderoso Marco Polo Del Nero, e foi relator da Lei Geral da Copa. Ontem, Berezovski foi encontrado morto na banheira de seu apartamento em Londres. Mesma cidade em que recebeu importantes cartolas brasileiros nos últimos anos.
Esses encontros, bem como o episódio no hotel paulistano, mostram que se estendiam além da parceria com o Corinthians as relações do russo, acusado de diversos crimes em seu país, com o futebol brasileiro.
Em 2007, por exemplo, Boris se encontrou em Londres com Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero, que estavam na cidade para o amistoso entre as seleções de Brasil e Portugal, então comandada por Felipão.
Del Nero, já havia advogado para Kia Joorabchian, que segundo o Ministério Público trabalhava para Boris na MSI. O MP se apoiou em investigações da equipe do então delegado Protógenes Queiroz. Hoje, ele é deputado federal e tem as portas abertas na Federação Paulista, onde lançou um livro e, na última quinta, um boletim informativo.
A morte de Boris teve reflexo imediato entre cartolas brasileiros que conheceram o russo. Desenterraram histórias como o hábito de levar suas próprias comida e bebida em restaurantes caros de Londres com medo de ser envenenado.
No Corinthians, a morte de Boris reabriu a ferida provocada pela MSI. O conselheiro e delegado Romeu Tuma Júnior disse que voltará a cobrar no Conselho Deliberativo o distrato formal da parceria. Quando houve o rompimento, os advogados corintianos afirmaram que não havia necessidade de um distrato porque a parceira havia descumprido o contrato,.
"Quando falei que o clube não poderia se unir a essas pessoas, fiz isso por conhecimento técnico. Gente do Governo Federal que tinha interesse na presença do Boris no Brasil tentou decretar minha morte moral. Agora, só espero que não façam um minuto de silêncio na reunião do Conselho Deliberativo, na próxima segunda, em homenagem ao Boris.", disse Romeu.
Nas redes sociais, a morte do russo gerou até piada. O dono de um perfil no Facebook que diz ser Kia Joorabcchian postou: "Chupa MP, agora ir pegar seu depoimento no centro espírita".
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