Topo

Perrone

Santos vive guerra por cadeiras no Comite de Gestão

Perrone

17/08/2013 06h00

Uma guerra de conselheiros e correntes políticas por cadeiras no Comitê de Gestão do Santos já pressiona o presidente em exercício, Odílio Rodrigues. Existem hoje apenas quatro membros ativos no órgão que administra o clube e que pode contar com até nove componentes.

Há ainda uma ameaça de conselheiros que assinaram o pedido de impeachment do presidente do Santos de iniciar um abaixo-assinado para destituir Odílio, caso ele mantenha no comitê dois membros afastados por Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro.

Laor, como é conhecido o presidente licenciado, afastou Pedro Luiz Nunes Conceição e Caio De Stefano, mas o Conselho ainda não referendou as destituições. Assim, tecnicamente, os dois podem continuar. Parte dos conselheiros rechaça a permanência dos dois, apesar de o afastamento da dulpa ter deixado descontentes no Conselho.

O blog apurou que Pedro e Caio não têm interesse em continuar, mas podem ficar num primeiro momento apenas para permitir que o Comitê não fique engessado. O grupo precisa de pelo menos cinco membros para tomar decisões.

A contratação de Renato Abreu, por exemplo, já tinha sido aprovada antes pelo Comitê, por isso o caso não ficou esperando por uma nova reunião do grupo.

Os que ameaçam com o impeachment alegam que no pedido original aparecia também o nome de Odílio, que acabou sendo retirado do requerimento apresentado ao Conselho antes de Laor pedir licença.

Assim, afirmam que recolherão novas assinaturas se o cartola mantiver os dois membros. Alegarão que Odílio feriu o estatuto por provocar dano à imagem do Santos ao aceitar o amistoso com o Barcelona.

"Sou amigo dos dois (que foram afastados), mas eles precisam ser oficialmente destituídos. Se não forem, será uma afronta ao presidente licenciado", disse ao blog Nabil Kaznadar, um dos coordenadores do "Eu Sou Santos". O movimento não está entre os que ameaçam pedir impeachment de Odílio, caso os dois destituídos permaneçam.

"Nós fomos contra o pedido de impeachment do presidente, achamos que isso é golpe. Não dá para negar que exista uma guerra por cadeiras no Santos, mas elas acontecem em todos os clubes. Aqui houve um aparelhamento feito por pessoas que não vou citar os nomes, mas que brigaram e continuam brigando por cargos. Isso fez nosso grupo se afastar da gestão. Entre os que assinaram o pedido de impeachment, havia gente que queria barganhar cargos. Nós não vamos indicar nomes para o Comitê", completou Nabil.

Já o grupo DNA Santista pede publicamente que todos os membros do Comitê de Gestão, exceto Laor e Odílio, se afastem definitivamente. E que as vagas sejam preenchidas apenas por ex-presidentes.

"Presidentes cometem erros e acertos, mas todos têm DNA santista. Esse não é o caso de alguns que foram indicados para o Comitê, gente que não sabemos de onde veio", afirmou Diego Martins, diretor de marketing do DNA Santista.

A situação atual mostra que o afastamento de Laor passou longe de pacificar a Vila Belmiro.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.