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Crise corintiana coloca em xeque gastos de cerca de R$ 10 milhões por ano na base

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16/09/2013 08h28

A má fase do Corinthians coloca em xeque o caro departamento de futebol amador do clube. Conselheiros criticam o fato de as categorias de base consumirem muito dinheiro e produzirem poucos jogadores para o time principal.

Segundo Fernando Alba, diretor de futebol amador, o gasto anual é pouco inferior a 10 milhões por ano.

Apesar do alto investimento, a presença de jogadores revelados no clube é insignificante no time principal. Na derrota para o Goiás, domingo, Igor, que começou na reserva, foi o único da base a atuar.

Em termos comparativos, o Santos gastou em 2012 R$ 8,4 milhões com sua base. No domingo, contra o Botafogo, usou Leandrinho, Alison, Neilton e Gabriel feitos em casa. Já o São Paulo, que constantemente tem sua diretoria cobrando os técnicos para usarem mais garotos, registra no balanço de 2012 um gasto de R$ 24 milhões com atletas em formação e jogadores formados. Na vitória sobre o Vasco, só Rogério e Rodrigo Caio representaram a base tricolor.

O argumento dos conselheiros descontentes é de que há algo errado com a base se Tite prefere improvisar Paulo André no ataque a escalar um jovem. E questionam se o clube não é capaz de formar um jogador mais eficiente do que o volante Maldonado. Lembram ainda que o Corinthians foi campeão da Copa  São Paulo de Juniores do ano passado, o que deveria abrir as portas para os garotos no time de cima.

"É normal aparecerem críticas quando o time não ganha. Mas se você pegar a relação de 30 inscritos do Mundial do ano passado, dez eram da base. Temos jogadores com qualidade", disse Alba.

"Se o Tite prefere escalar o Maldonado ou improvisar um zagueiro no ataque, é por opção dele. E se der errado, ele tem que ser avaliado. No ataque, por exemplo, temos o Tocantins, que joga nas seleções de base com o Gabigol, do Santos.  Pessoalmente, acho o trabalho do Tite irrepreensível. Ele ganhou tudo, e com o time ganhando assim é difícil sobrar espaço para quem vem da base", completou o dirigente.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

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