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Cúpula corintiana não acompanha time em derrota após participar de festa

Perrone

30/09/2013 06h00

"Tite é o nosso treinador, nosso líder".

"Temos confiança total no trabalho dele, e isso não vai mudar".

As duas afirmações parecem ser de dirigentes do Corinthians. Porém, a primeira é de  Alessandro, e a segunda foi feita por Sheik. A defesa ao técnico não pôde partir dos principais cartolas do clube porque eles não foram a Campo Grande. Não acompanharam o time na vexatória derrota por 4 a 0 para a Portuguesa.

O presidente Mário Gobbi e os diretores Roberto de Andrade e Duílio Monteiro Alves estiveram na noite anterior na festa de aniversário do clube, mas não estavam ao lado da comissão técnica e dos atletas no momento de explicar a goleada.

As ausências foram criticadas por conselheiros imediatamente após o desastre. Eles avaliam que o elenco ficou desprotegido depois do massacre, apesar da presença de Edu Gaspar, gerente de futebol.

Ao blog, sob a condição de anonimato, três membros do Conselho Deliberativo, integrantes de grupos diferentes, afirmaram que o episódio mostra que a cúpula se descuidou do time por se preocupar com uma festividade de cunho político.

Para a festa de aniversário no Itaquerão foram convidados presidentes das 27 federações estaduais, que são votantes na eleição da CBF no ano que vem. Andrés Sanchez está na campanha da oposição e é o mais cotado para ser candidato. Ele cuidou da comemoração. O Corinthians completou 103 anos no dia 1º de setembro, mas a data escolhida para a celebração coincidiu com o auge da crise.

Procurado pelo blog, Andrade não atendeu ao telefone. Duílio também não foi localizado. Já assessoria de imprensa do Corinthians disse não ter informações sobre os motivos para nenhum dos três dirigentes ter viajado.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.