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Vendas e Mineirão impulsionam líder, diz diretor de futebol do Cruzeiro

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22/09/2013 09h11

Entrevista com Alexandre Mattos, diretor de futebol do Cruzeiro, líder do Campeonato Brasileiro.

Como explicar a guinada dada pelo Cruzeiro?

 A gente começou esse trabalho no ano passado. O Cruzeiro tinha desmanchado um time muito forte, estava sem estádio. Sabíamos que teríamos dois anos de muita luta. Comecei a contatar as pessoas, começamos a procurar jogadores. Entendemos que o futebol atual exige força física, criatividade, transição rápida, poder ofensivo e defensivo. Fomos ao mercado buscar jogadores jovens que se encaixassem. Trouxemos Lucca, Nilton, Ricardo Goulart, Éverton Ribeiro. E buscamos um diferencial, com Dedé, Dagoberto, Júlio Baptista. Foram 19 jogadores em 16 meses. E entendemos que o Marcelo Oliveira tinha o perfil para comandar um time com essas características.

 A receita gerada pelas saídas de Montillo e Diego Souza foi o ponto mais importante dessa reviravolta?

Fizemos um investimento da ordem de R$ 40 milhões. A receita dessas duas negociações beirou R$ 30 milhões, e ainda vieram o Henrique na saída do Montillo e o Willian na do Diego Souza. Então, elas foram fundamentais. O Cruzeiro teve duas viradas financeiras, essa foi uma. A outra foi ter o Mineirão de volta somado ao crescimento do sócio-torcedor. Chegamos a 30 mil sócios em seis meses de programa. O Mineirão com a força da torcida foi a melhor contratação. O gramado é rápido e nosso time se especializou em jogar com rapidez. Brinco com o Marcelo Oliveira que ele não precisa fazer preleção, só a carreata da torcida pro Mineirão já contamina.

 O Cruzeiro voltou a fazer parcerias com empresas. Existia uma rejeição dos investidores ao clube?

 Não era rejeição. É que o Cruzeiro tinha rejeitado uma grande oferta do Corinthians pelo Montillo, e o investidor quer resultado, fica preocupado em trazer o jogador e não conseguir vender. O mercado queria entender o novo Cruzeiro, e o que fiz foi mostrar isso. Conseguimos boas parcerias e bons negócios. O Cruzeiro não gastou um real para trazer o Lucca. Com a DIS (empresa do Grupo Sonda) conseguimos o Dedé. Agora, enquanto estou falando com você, já estou pensando em 2014 e 2015, planejando contratações.

 Vai conseguir manter os principais jogadores para a próxima temporada?

 Não é o Cruzeiro, todos os clubes grandes precisam vender um ou dois jogadores, isso não tem como evitar.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.