Deputado fala em receita anual de R$ 1 bi para clubes com lei polêmica
Saiba como o deputado Vicente Cândido (PT-SP), vice da Federação Paulista, defende o Proforte. O polêmico projeto de lei permite que os clubes paguem apenas 10% do que devem para a União. Em contrapartida, precisam investir os 90% restantes na formação de atletas de esportes olímpicos, como o futebol. A dívida das agremiações é avaliada em mais de R$ 3 bilhões. Leia abaixo os principais trechos de entrevista com deputado.
Anistia aos devedores
Anistia é mentira jurídica, não é perdão de dívida. Os clubes vão aplicar 90% do valor que devem na formação de atletas de esportes olímpicos, então não é anistia. Já teve anistia para o setor privado que não rendeu tanta manchete. O clube Pinheiros tinha o maior número de atletas entre os brasileiros na última Olimpíada. O Estado precisa assumir isso. Mas enquanto não assume essa responsabilidade, deixa o Estado fomentar o esporte. Nada mais justo do que eu pegar essa dívida e dar pra você aplicar na sua finalidade, suprindo o que o Estado não está conseguindo fazer.
Os motivos para os dirigentes merecerem mais uma ajuda
Às vezes a mídia trata o esporte brasileiro como único setor mal administrado do Brasil, mas não é verdade. O setor aéreo está quebrado, e o governo está ajudando. O setor do etanol está quebrado, e o governo está ajudando. O Brasil está mudando, e o futebol brasileiro também. Por exemplo, não existe mais espaço para grande longevidade dos mandatos dos dirigentes. Haverá fiscalização na aplicação dos recursos. Devemos criar fundos municipais para fazer a fiscalização, que não ficaria concentrada no âmbito federal.
Receitas
A lei vai permitir a criação de três fundos: um com o dinheiro da dívida, outro com a Timemania e mais um com a raspadinha. Do total devido, os clubes pagarão 10% e terão que investir 90% nos esportes olímpicos. Queremos incluir também o esporte educacional, além do paraolímpico. Estamos mudando a Timemania. Ela nasceu apanhando de todos os lados porque foi criada para pagar dívida. Agora não vai ser para pagar débito. O cara vai apostar sabendo que está ajudando a fomentar o esporte, não ajudando a pagar dívidas antigas. Ele vai participar mais. Também estamos negociando as raspadinhas. Elas são sucesso no mundo inteiro. Vamos envolver a sociedade, o cara vai comprar uma raspadinha sabendo que está ajudando um clube da região dele. Com essas três receitas juntas, entre o terceiro e o quinto ano podemos atingir uma receita de R$ 1 bilhão. Depois, com uma propaganda bem feita, acho factível termos uma arrecadação de R$ 1 bilhão por ano para os clubes.
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