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Deputado fala em receita anual de R$ 1 bi para clubes com lei polêmica

Perrone

22/11/2013 06h00

Saiba como o deputado Vicente Cândido (PT-SP), vice da Federação Paulista, defende o Proforte. O polêmico projeto de lei permite que os clubes paguem apenas 10% do que devem para a União.  Em contrapartida, precisam investir os 90% restantes na formação de atletas de esportes olímpicos, como o futebol.  A dívida das agremiações é avaliada em mais de R$ 3 bilhões. Leia abaixo os principais trechos de entrevista com deputado.

Anistia aos devedores

Anistia é mentira jurídica, não é perdão de dívida. Os clubes vão aplicar 90% do valor que devem na formação de atletas de esportes olímpicos, então não é anistia. Já teve anistia para o setor privado que não rendeu tanta manchete. O clube Pinheiros tinha o maior número de atletas entre os brasileiros na última Olimpíada. O Estado precisa assumir isso. Mas enquanto não assume essa responsabilidade, deixa o Estado fomentar o esporte. Nada mais justo do que eu pegar essa dívida e dar pra você aplicar na sua finalidade, suprindo o que o Estado não está conseguindo fazer.

 

Os motivos para os dirigentes merecerem mais uma ajuda

Às vezes a mídia trata o esporte brasileiro como único setor mal administrado do Brasil, mas não é verdade. O setor aéreo está quebrado, e o governo está ajudando. O setor do etanol está quebrado, e o governo está ajudando. O Brasil está mudando, e o futebol brasileiro também. Por exemplo, não existe mais espaço para grande longevidade dos mandatos dos dirigentes. Haverá fiscalização na aplicação dos recursos. Devemos criar fundos municipais para fazer a fiscalização, que não ficaria concentrada no âmbito federal.

 

Receitas

A lei vai permitir a criação de três fundos: um com o dinheiro da dívida, outro com a Timemania e mais um com a raspadinha.  Do total devido, os clubes pagarão 10% e terão que investir 90% nos esportes olímpicos. Queremos incluir também o esporte educacional, além do paraolímpico. Estamos mudando a Timemania. Ela nasceu apanhando de todos os lados porque foi criada para pagar dívida. Agora não vai ser para pagar débito. O cara vai apostar sabendo que está ajudando a fomentar o esporte, não ajudando a pagar dívidas antigas. Ele vai participar mais. Também estamos negociando as raspadinhas. Elas são sucesso no mundo inteiro. Vamos envolver a sociedade, o cara vai comprar uma raspadinha sabendo que está ajudando um clube da região dele. Com essas três receitas juntas, entre o terceiro e o quinto ano podemos atingir uma receita de R$ 1 bilhão. Depois, com uma propaganda bem feita, acho factível termos uma arrecadação de R$ 1 bilhão por ano para os clubes.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.