Autoridades divergem sobre segurança em arenas
A batalha entre torcedores de Atlético-PR e Vasco desncadeou uma série de divergências entre autoridades em relação ao combate à violência nos estádios. No lugar de um consenso, o que sobrou do episódio são instituições em rota de colisão.
O ministério do Esporte age por instinto de sobrevivência e defende o Estatuto do Torcedor, que ajudou a criar. Pressionado a encontrar uma solução para o problema, o ministro Aldo Rebelo diz que a aplicação do Estatuto é o caminho. E coloca na discussão o Ministério da Justiça, além da polícia, para que brigões sejam presos e condenados.
É um terreno escorregadio para o ministro, já que o Ministério da Justiça também é governo. Uma divergência interna não seria bem digerida pela presidente Dilma Rousseff.
Por sua vez, setores do Ministério Público paulista cobram do poder executivo a criação de delegacias especializadas em crimes nos estádios. A ideia, avalizada pelo Ministério do Esporte, não saiu do âmbito das reuniões. Seus defensores afirmam que a nova delegacia facilitaria o cumprimento de penas de torcedores que fossem impedidos de entrar nos jogos.
O Ministério Público de São Paulo também se posiciona contra a ideia de deixar seguranças privados cuidarem do interior das arenas, como aconteceu no jogo em Joinville, entre Vasco e Atlético-PR.
"Querem tirar a polícia dos estádios, mas em São Paulo somos contra porque a PM é a única que consegue conter os torcedores e proteger o bom torcedor", disse o promotor Thales Cezar de Oliveira.
"Em Santa Catarina, aconteceram vários equívocos. Com todo o respeito, o Ministério Público se equivocou ao entrar com uma ação para que a segurança nos estádios seja privada. E a polícia se equivocou porque não estava proibida de atuar. A ação não foi julgada. A polícia poderia ter declarado que não havia condições de segurança para a partida ser lá", afirmou o promotor Paulo Castilho, também de São Paulo.
Já os dirigentes dos principais clubes brasileiros fazem campanha para que times não sejam punidos pelo comportamento de suas torcidas. Eles acabam de se recusar a assinar um termo se comprometendo a não doar dinheiro e ingressos para as torcidas organizadas.
Em meio ao caos, apenas dois dias após a guerra em Joinville, os dirigentes vão a Brasília defender o Proforte, lei que fará com que eles troquem 90% de suas dívidas com a União por investimentos em esportes olímpicos.
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