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Após um ano travado, pedido de CPI das torcidas tem chance em São Paulo

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27/02/2014 06h55

Há quase um ano está travado na Câmara Municipal de São Paulo um pedido de criação da CPI das torcidas organizadas. Nesta quarta, o vereador Laércio Benko (PHS), autor do requerimento, fez uma nova tentativa de aprovar a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito. Não conseguiu. Mas terá outra oportunidade após o Carnaval.

Segundo ele, a CPI investigaria o funcionamento das uniformizadas, checaria a rotina de seus integrantes e, em caso de irregularidades serem encontradas, permitiria o fechamento delas.

"Podem perguntar: o que a Câmara Municipal tem a ver com isso? Digo que as maiores torcidas ocupam imóveis na cidade e não há clássico aqui que não tenha briga. Então, existe o interesse da cidade. Além disso, vamos ter Copa do Mundo aqui, o futebol movimenta muito a economia, é um tema relevante", afirmou o vereador ao blog.

"Quero poder pegar a relação de todos os integrantes de torcidas organizadas e saber no que cada um trabalha, cada diretor delas. Ver quem tem carteira de trabalho assinada. Saber de onde vem o dinheiro das torcidas. Os clubes dizem que não ajudam. Se é isso, vamos ver como elas conseguem dinheiro", completou Benko.

A chance de tirar do papel a CPI existe porque a Câmara Municipal tem espaço para a instalação de mais uma e tem interesse em colocar uma nova CPI para funcionar. Porém, ainda não houve acordo sobre qual será escolhida entre dezenas sugeridas.

Na primeira terça após o Carnaval deve acontecer uma reunião do colégio de líderes da Câmara na tentativa de uma definição. Benko está em busca de apoio popular, pois seu pedido  não foi abraçado pela maioria da Câmara. "Acho que a minha CPI tem chances porque não desgrada a nenhum cacique político, só a alguns vereadores ligados às organizadas", declarou.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.