Topo

Perrone

Contra fama de maltratar ídolos, Santos tenta se calar sobre Neymar

Perrone

26/02/2014 15h42

O desabafo recente de Neymar contra cartolas do Santos fez os dirigentes combinarem uma mudança de postura em relação à polêmica transferência do atacante para o Barcelona. Os membros do Comitê de Gestão querem, a partir de agora, evitar declarações sobre a negociação.

A preocupação é impedir que fique consolidada a  imagem de clube que briga com seus ídolos. Antes do desentendimento com Neymaraconteceram atritos com Robinho, na última tentativa santista de contratar seu ex-jogador, Ganso, que pediu para deixar alvinegro rumo ao São Paulo, e Léo, que se sentia maltratado pela diretoria.

Em sua conta no Twitter, Neymar disse recentemente estar decepcionado com Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, presidente licenciado do Santos, e Odílio Rodrigues, presidente em exercício, por críticas a seu pai.

Ao blog, Laor havia dito que se sente traído pelo pai do atacante. Segundo o dirigente, ele só pensa em dinheiro e chegou a ameaçar levar o filho para o Corinthians antes de renovar contrato. Neymar defendeu seu pai dizendo que, se ele ganhou milhões, trabalhou para isso. A reação de Neymar gerou algumas respostas públicas de dirigentes, antes de o silêncio ser combinado.

Mas não será fácil para a cartolagem santista manter o silêncio, pois a bronca com o pai continua. Assim como segue a tentativa de obter na Justiça documentos assinados por ele e seu filho na negociação.  A meta é tentar provar que o clube tem direito a 55% dos 40 milhões de euros que a empresa dos parentes do atacante recebeu na transferência. A alegação é de que o dinheiro corresponde aos direitos econômicos do atleta. Algo que pai e filho negam firmemente.

Ao mesmo tempo, internamente, a cúpula santista é atacada por conselheiros de diferentes correntes. Eles criticam a atuação da direção na operação. Principalmente em relação à carta assinada por Laor autorizando Neymar a conversar com outros clubes em 2011.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.