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Sindicato faz MP voltar a tentar rompimento de clubes com organizadas

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08/02/2014 06h00

Apesar de ver fracassar a tentativa de greve no Campeonato Paulista, o Sindicato dos Atletas conseguiu uma vitória junto ao Ministério Público de São Paulo. Graças a uma representação da entidade ligada aos jogadores, o MP voltará a tentar que os clubes se comprometam formalmente a romper com as torcidas organizadas.

O rompimento foi apresentado ao Ministério Público pelo sindicato como uma medida necessária para a segurança dos atletas. A atitude dos sindicalistas foi a senha para o promotor Roberto Senise retomar os trabalhos por um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) pelo qual os dirigentes se comprometam a não dar ingressos, dinheiro, transporte ou outro tipo de ajuda às organizadas. O descumprimento provocaria multas aos clubes.

No ano passado, Senise tentou a assinatura desse TAC, mas os dirigentes foram escorregadios. Entre outras justificativas, disseram que se um não assinasse os outros também não poderiam assinar. E o Santos foi o primeiro a discordar e o único a assumir que ajuda as uniformizadas, relação que não quer romper.

"Agora temos um fato novo. Recebi uma representação do sindicato que me obriga a chamar os clubes pra voltar a discutir o TAC. É minha obrigação, mesmo sem a greve", afirmou Senise ao blog.

Assim que recebeu o documento do sindicato nesta semana ele comunicou a Federação Paulista, pois a entidade dos atletas queria o acordo para evitar a greve. Como o movimento foi abortado, a FPF nem chegou a responder ao promotor.

Na reabertura do procedimento, Corinthians, que teve o seu CT invadido pelas organizadas no sábado passado, e FPF devem ser os primeiros convocados.

Quando fez a tentativa no ano passado, Senise conseguiu um TAC que, em tese, deixa as uniformizadas mais vigiadas. Porém, ele ainda não foi colocado em prática, contrariando a vontade do MP. "O sistema de identificação dos torcedores na entrada dos estádios ainda não ficou pronto, mas a federação está cuidando disso. Por enquanto, esse TAC não pode ser aplicado, por isso não está havendo cobrança sobre os clubes", afirmou Senise.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.