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Clássicos em SP têm ao menos 5 casos de polícia. Hora de torcida única?

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09/03/2014 10h38

Os clássicos na capital paulista em 2014 já produziram pelo menos cinco relevantes casos de polícia. Foram problemas dentro do estádio, em volta dele, em regiões distantes, antes, durante e depois dos jogos.  E o ano ainda está no começo. Corinthians x São Paulo, neste domingo, é apenas o quarto confronto entre grandes na cidade.

O maior número de ocorrências, de acordo com levantamento feito pelo blog, foi no duelo entre Corinthians e Palmeiras no Pacaembu, no último dia 16.

Antes do jogo, sete integrantes da Mancha Alviverde foram detidos pela polícia com "instrumentos utilizados para a prática de violência", conforme registro da Polícia Militar. Eles foram punidos com a proibição de entrar em jogos no Estado, medida ineficiente pela falta de controle nos portões.

Do lado de fora do Pacaembu, no mesmo clássico, houve um desentendimento entre corintianos e policiais militares. Um membro da Gaviões da Fiel foi levado para a delegacia sob as acusações de desacato à autoridade e desobediência.

Ainda na partida entre corintianos e palmeirenses, um policial civil exibiu uma arma dentro do estádio ao discutir com um corintiano. O policial e seu parceiro detiveram o torcedor, acusado de xingar a dupla, que faria parte da segurança pessoal de Valdivia.

Os casos mais sangrentos, no entanto, aconteceram no dia do clássico entre Santos e São Paulo. Antes do jogo, uma violenta briga entre torcedores dos dois times que se dirigiam do litoral para a capital.

Após a partida, uma emboscada com cara de revanche pela briga anterior matou um integrante da Torcida Jovem do Santos, perto da sede da uniformizada, bem longe do Morumbi, local do clássico. Testemunhas afirmam que os assassinos são são-paulinos.

Se as brigas em dia de clássico acontecem repetidamente em regiões distantes dos estádios, se a violência faz vítimas horas antes e horas depois dos jogos e se até policiais perdem o controle diante de torcedores adversários, não passou do tempo de tomar uma medida drástica? Dirigentes e autoridades de segurança pública já deveriam estar pelo menos discutindo de maneira avançada a realização de clássicos com torcida única na cidade.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.