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Corintiano enfrenta caos em área mais barata de arena

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19/05/2014 08h03

O corintiano pagou o pato pelos atrasos no estádio de abertura da Copa do Mundo. A situação foi caótica no jogo do clube com o Figueirense, neste domingo, em pelo menos um dos dois setores populares da arena, a arquibancada sul, com ingressos entre R$ 35 e R$ 50, dependendo do desconto dado por assiduidade.

Os problemas ficaram mais evidentes quando começou a chover. Como fazia no velho Pacaembu, parte dos torcedores se aglomerou para tentar ver o jogo na área de circulação se protegendo da chuva. Não funcionou. Ficaram embaixo das arquibancadas provisórias e se molharam do mesmo jeito. Mas não tinha iluminação no local. O piso estava esburacado. Essa combinação provocou vários tropeções.

Para ir até o banheiro, era preciso descer uma escada inacabada, com um improvisado corrimão que não inspirava confiança. Lá embaixo a chuva deixou várias poças. E havia mais evidências de que o estádio não está pronto, como uma caixa d'água fora de lugar. Havia barro em alguns pontos.

A chuva também atrapalhou quem estava nas primeiras fileiras do setor oeste inferior, vendido a R$ 250, sem contar os descontos. Vários torcedores dessa área migraram para a parte coberta, quando começou a chover. Em abril, quando questionada pelo blog sobre os vidros não instalados nas pontas da cobertura, a Odebrecht, construtora responsável pelo estádio, respondeu que não havia risco de os torcedores se molharem em caso de chuva.

Ao final do jogo, a escuridão dificultou a saída. Não há iluminação no local e orientadores mostravam o caminho com uma espécie de lanterna em forma de seta. Não é exagero dizer que foi imprudente realizar uma partida em condições tão precárias. Também não é descabido perguntar como o clube vai gastar cerca de R$ 1 bilhão num estádio que não oferece proteção contra chuva para todos os seus torcedores.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.