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Ano da seleção termina com ex-líderes no 'inferno' e Del Nero no 'paraíso'

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18/11/2014 17h55

Antes da Copa do Mundo, José Maria Marin disse que, caso a seleção perdesse o título em casa, ele e Marco Polo Del Nero iriam para o inferno. Porém, o Brasil encerrou sua temporada hoje vencendo a Áustria por 2 a 1 num clima nada infernal para a dupla de cartolas.

A rápida contratação de Dunga e o bom desempenho da nova equipe fizeram com que Marin e Del Nero fossem pouco cobrados pelos erros na preparação da seleção que deu o maior vexame de sua história no Mundial ao ser massacrada por 7 a 1 pela Alemanha.

Depois do fracasso, Marin seguiu tranquilamente no comando da CBF. E Del Nero só aumentou os motivos para que 2014 fosse um ano inesquecível para ele, apesar do fiasco na Copa. Antes do Mundial, o dirigente se reelegeu presidente da Federação Paulista e foi eleito para comandar a CBF a partir de abril. Mesmo depois do Mundial, curtiu a vida ao lado de belas mulheres, até nas viagens para acompanhar a seleção.

Mas não foi só a dupla de cartolas que escapou do inferno previsto por Marin. Luiz Felipe Scolari logo arrumou outro emprego, melhorou o desempenho do Grêmio e hoje não dá sinais de abalo pelo atropelamento alemão.

O mesmo não acontece com Fred, que era um dos líderes da seleção de Felipão. Marcado por boa parte da torcida brasileira, ele passou a ser o jogador mais vaiado do Fluminense pelos torcedores rivais no Brasileiro, além de estar longe da seleção.

Thiago Silva, capitão durante a Copa, também sofre as consequências da campanha desastrosa. Perdeu a posição, a faixa de capitão e só terminou o ano jogando pela seleção por causa da contusão de Miranda contra Áustría. Como prêmio de consolação, ele matou a saudade da braçadeira após a substituição de Neymar. Na berlinda, o zagueiro não tem nenhuma garantia de que voltará ao time pentacampeão mundial. Diferentemente de Del Nero, garantido no trono da CBF a partir de abril.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.