Diretor financeiro do Corinthians compara Andrés a Dualib
Raul Corrêa da Silva, diretor de finanças do Corinthians, usou a sua conta no Facebook para demonstrar insatisfação com o grupo político de Andrés Sanchez, do qual ele mesmo faz parte. Apesar de não citar o nome do ex-presidente, deixou clara sua insatisfação com a política de contratações adotada por Andrés. E é só o começo. O blog apurou que Raul estuda apoiar o opositor Antônio Roque Citadini nas próximas eleições.
"Lutamos contra Wadih [Helu], [Vicente] Matheus e [Alberto] Dualib, sempre pelos mesmos valores e ideais. Se for a hora de novamente empunharmos nossas antigas bandeiras e entoar nossos cânticos, sem titubear o faremos. Não voltaremos à marginal s/n [sem número]", escreveu Raul na rede social.
Os três dirigentes citados por ele ficaram longos períodos no poder e foram chamados de donos do clube, apelido hoje usado por alguns diretores para se referir a Andrés.
A citação de Dualib é mais emblemática, pois o grupo de Andrés foi um dos principais responsáveis pelo processo que culminou com o afastamento do cartola. A queda de Alberto permitiu a chegada de Sanchez ao poder.
Andrés não tentou se reeleger porque o estatuto corintiano não permite mais reeleições, mas continuou com amplos poderes no clube. É o responsável pela arena alvinegra e tem muita influênca no departamento de futebol. Ele diz que só se envolve quando é chamado.
No final de seu desabafo, Raul diz: "Nos últimos 15 dias conseguimos evitar quatro equívocos". É uma referência às contratações do goleiro Danilo, do volante Jonas, de Óscar Romero, que é irmão de Ángel, e de Dudu.
As quatro tentativas de negociação são atribuídas no clube a Andrés, Roberto de Andrade, seu candidato à presidência, e Edu Gaspar, gerente de futebol e escudeiro do ex-presidente.
Mário Gobbi travou os negócios porque prioriza o pagamento de salários atrasados. O presidente só quer trazer reforços considerados extremamente necessários por Tite (Dudu é um deles). Mas apenas se for possível postergar o pagamento por alguns meses.
Procurado pelo blog, Raul disse que estava em reunião, mas confirmou a referência às contratações. "É o que eu escrevi ali. Tem que respeitar o orçamento, mas ele não está sendo respeitado", disse o dirigente. A previsão orçamentária feita por ele determina que o clube gaste R$ 10 milhões com reforços em 2015. Só com Dudu, descartado pelo menos por enquanto, seriam gastos R$ 11,4 milhões por 60% dos direitos econômicos do atleta.
Indagado se vai apoiar Citadini no pleito de fevereiro, o diretor respondeu: "Você quer saber mais da minha vida do que eu. Não sei ainda. Sou pelo Corinthians, pelos nossos ideais, independentemente de nomes", afirmou.
Citadini já conta com o apoio de outro dirigente que foi aliado histórico de Sanchez, como Raul: Luis Paulo Rosenberg, primeiro vice-presidente do clube. Ilmar Schiavenato, que foi diretor social na gestão de Gobbi, também virou crítico do grupo de Andrés e lançou candidatura de oposição.
Andrés não pôde ser ouvido porque não fala com o blog.
Leia abaixo a postagem de Raul na íntegra.
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