Cartola que blinda Muricy sofre fritura no São Paulo
Responsável por blindar Muricy Ramalho e o elenco do São Paulo, Ataíde Gil Guerreiro, vice de futebol, não consegue evitar ataques internos e externos contra ele mesmo.
Dono do cargo mais almejado do clube, centralizador e de temperamento explosivo, o carola coleciona episódios em que trombou de frente com colegas e funcionários. O resultado é uma tempestade de críticas contra seu trabalho, que ao mesmo tempo é elogiado pela maioria dos opositores.
A situação é ainda mais complexa por causa dos disparos contra Ataíde feitos pela Independente, principal organizada do clube. Isso porque há gente no Morumbi com bom trânsito na uniformizada, caso do presidente Carlos Miguel Aidar e de José Edgard Galvão, chefe do gabinete presidencial.
Os laços com a torcida geram suspeitas em membros da comissão técnica e da diretoria de que existem pessoas no clube interessadas em ver a Independente pressionando o time e Ataíde. Ou desinteressada em tentar acalmar a torcida.
"Sei que me criticam por me relacionar com alguns integrantes da Independente mas carrego isso com muita tranquilidade. Não tenho nenhum tipo de contaminação com a torcida. É um relacionamento natural, de quem está há muito tempo no clube. Sou são-paulino, jamais agiria contra os interesses do time (pedindo para a torcida criticar a equipe). Pelo contrário, muitas vezes já acalmei torcedores", afirmou Galvão ao blog.
O chefe de gabinete de Aidar é um dos que já comprovaram o pavio curto de Ataíde. Quando o presidente demitiu funcionários do CT de Cotia, ele foi, a pedido do chefe, despachar no local de treinamento das categorias de base. O vice de futebol soube e, rispidamente, pelo telefone, ordenou que Galvão saísse de lá.
Galvão nega que tenha tido um atrito com Ataíde. "Não houve desentendimento. Fui lá para resolver algumas coisas atendendo ao presidente. O Ataíde tem personalidade forte, e eu entendo isso. Se você não entender as pessoas, sofre um desgaste muito grande", afirmou o chefe de gabinete de Aidar.
Como revelou o blog, já houve até um desentendimento por e-mail entre Ataíde e Douglas Eleutério Schwartzmann, vice de comunicações e marketing. Em mensagem enviada para o colega e outros cartolas, o responsável pelo futebol tricolor disse que Douglas precisava parar com mania de perseguição. Recebeu como resposta um pedido para que não crie repúblicas no clube, além de ter sua postura política criticada. Assim como Galvão, o vice de marketing é próximo de Aidar. É considerado o dirigente com maior influência atualmente junto ao presidente.
Enquanto tentam desviar do fogo amigo, Ataíde e Muricy se abraçaram. O treinador participou de uma comemoração de aniversário do dirigente no vestiário após a vitória por 1 a 0 sobre o São Bento, na última quinta (a festinha foi criticada pela Independente no Twitter). O gesto se transformou numa troca de apoio. Um ajudou o outro a enfrentar o bombardeio.
Procurado pelo blog, Ataíde não atendeu aos telefonemas.
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