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MP arquiva investigação que ligava arena corintiana à Lava Jato

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23/03/2015 08h19

O Ministério Público de São Paulo arquivou a investigação sobre possível envolvimento da retirada dos dutos da Transpetro do estádio do Corinthians com o esquema de corrupção revelado pela operação Lava Jato.

O promotor Valter Foleto Santin (Patrimônio Público e Social da Capital) concluiu que não houve desvio de recursos públicos ou pagamento de propina na operação.

"Não consta que para a remoção de dutos tenha sido usado dinheiro público ou de sociedade de economia mista, pois o clube responsabilizou-se pelos gastos e há comprovação de pagamento. Não há indicações de prejuízo ao patrimônio público, sem necessidade de prosseguimento das investigações em relação ao remanejamento dos dutos. Outros temas ligados ao estádio são objeto de outros procedimentos", escreveu o promotor em sua decisão.

O procedimento preparatório para um inquérito civil havia sido aberto pelo MP por causa de reportagem da revista Carta Capital, em junho do ano passado. A matéria informava que a obra no estádio corintiano aparecia numa planilha de contratos do doleiro Alberto Youssef, um dos protagonistas do escândalo na Petrobras.

Em seu despacho, Santin informou que o Ministério Público Federal também arquivou inquérito, em 2013, sobre suposto uso de dinheiro público na remoção dos dutos por não constatar irregularidade.

A Transpetro alega que o pagamento pelos serviços que prestou na transferência dos dutos, antes em local não seguro para a construção do estádio, foi feito pelo Corinthians. Foram, segundo o MP, três pagamentos, nos seguintes valores: R$106.133, 81, R$ 62.774,35 e R$ 50.697,04. Esse gasto diz respeito apenas ao serviço da empresa. O clube alega que a despesa total foi de R$ 10,2 milhões.

A decisão do promotor, como de praxe, será encaminhada ao Conselho Superior do Ministério Público, que deve homologar o arquivamento.

Veja abaixo trechos do despacho do promotor.

Reprodução

 

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Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

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